A secretária de Estado dos Assuntos Europeus considerou esta segunda-feira, em Bruxelas, que o Porto “teve um resultado honroso”, ao ficar em sétimo lugar na votação para sede da Agência Europeia do Medicamento, que rumará a Amesterdão, Holanda.

“O Porto não venceu, mas teve um resultado honroso, ficando em sétimo lugar em 19 candidaturas. Isso demostra que Portugal apresentou uma candidatura equilibrada, sólida, que asseguraria condições ótimas para o crescimento futuro da EMA”, comentou Ana Paula Zacarias, em conferência de imprensa, após ter participado na votação, no Conselho de Assuntos Gerais da União Europeia.

Apontando que Portugal estava “desde O início consciente da exigência deste processo, não só devido à quantidade mas também à qualidade de todas as candidaturas”, a secretária de Estado considerou que “uma derrota teria sido não ter participado”.

“O processo de candidatura nacional constitui uma experiência exitosa que muito nos orgulha e que nos enriquece. Em primeiro lugar, reafirmou-se a capacidade de participação e Portugal no processo de construção europeia pós-‘Brexit’; em segundo lugar, promovemos, demonstrámos em toda a Europa as excelentes qualidades, recursos e potencialidades do Porto”, disse, sustentando que “a partir de agora, são conhecidas as capacidades físicas, tecnológicas e humanas que a cidade possui para acolher grandes agências e organizações internacionais, públicas ou privadas”.

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Questionada sobre se a candidatura portuguesa terá sido prejudicada por ter havido uma mudança de última hora, de Lisboa para o Porto, a governante considerou que essa é “uma não questão, porque a candidatura que foi apresentada foi a do Porto, foi essa que foi avaliada, foi essa que foi vista, foi essa que foi mostrada no exterior”.

“Eu acho que neste momento temos que estar contentes com o resultado que foi alcançado. Sobretudo, ele representa um esforço nacional de promoção da cidade, de promoção do Porto, de promoção do país nestas áreas dos medicamentos e da área de Saúde, que para nós é extremamente importante”, disse.

Sobre a vitória de Amesterdão, considerou que a cidade holandesa tinha uma “excelente candidatura”.

“Pela nossa parte, a cidade (de Amesterdão) poderá contar com a nossa colaboração, designadamente o nosso regulador nacional, o Infarmed, que continuará a manter uma relação de trabalho muito próxima com a EMA”, afirmou.

Sobre o facto de Amesterdão ter acabado por vencer por sorteio – depois do empate a 13 votos com a cidade italiana de Milão na terceira e última volta da votação -, admitiu que todos teriam preferido que o vencedor fosse encontrado de outro modo, “depois de tanto empenho e de tanto trabalho de todos os Estados-membros”, mas, assinalou, “às vezes a vida é assim, às vezes a sorte tem a sua palavra a dizer”.

A seu lado, Ricardo Valente, vereador da Câmara Municipal do Porto, comentou por seu lado que “a candidatura nacional mostrou que cumpria todos os critérios” e reafirmou-se absolutamente convicto de que, “tecnicamente, era das mais fortes”.

“No fim, o Porto não foi escolhido. Estaremos cá para as próximas oportunidades, a lutar do mesmo modo, mostrando as nossas capacidades como cidade”, disse.

A cidade holandesa de Amesterdão vai acolher a futura sede da Agência Europeia do Medicamento, após bater Milão (Itália) por sorteio, depois de um empate na terceira volta da votação realizada segunda-feira em Bruxelas.

Milão foi a cidade a reunir mais votos nas duas primeiras voltas, mas na terceira e última ficou empatada com Amesterdão (13 votos cada, já que um dos 27 Estados-membros teve voto nulo), havendo necessidade de recorrer a um sorteio, tal como previam as regras, e a sorte sorriu à cidade holandesa.

Na primeira volta da votação para a sede da EMA, o Porto recolheu 10 votos, tendo sido a sétima cidade mais votada, a par de Atenas, e atrás de Milão (25 votos), Amesterdão e Copenhaga (ambas com 20) – tendo estas três passado à segunda volta -, Bratislava (15), Barcelona (13) e Estocolmo (12).

A EMA, cuja localização em Londres terá de mudar devido à saída do Reino Unido da UE, conta atualmente com 890 trabalhadores e recebe cerca de 35 mil representantes da indústria por ano.

Ainda esta segunda-feira, os 27 Estados-membros reunidos num Conselho de Assuntos Gerais – numa reunião na qual Portugal está representado pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias -, irão eleger a nova sede da Autoridade Bancária Europeia, também de saída do Reino Unido devido ao ‘Brexit’.