O secretário-geral do PS, António José Seguro, acusou este domingo o Presidente da República (PR) de “criar um muro de silêncio e indiferença” em relação aos problemas dos portugueses ao ter sacudido as “pressões” para se pronunciar.  Disse-o ao Diário de Notícias e repetiu-o à tarde em visita à Feira Nacional da Agricultura, em Santarém.

Seguro considera mesmo que, com esta atitude, Cavaco Silva “está a contribuir para o descrédito das instituições”. Na sexta-feira, o Presidente rejeitou qualquer crise política na sequência do chumbo do Tribunal Constitucional a três normas do Orçamento de Estado para 2014. Cavaco Silva disse, nessa altura, que uma crise política teria “um custo muito, muito elevado”. “Se alguém pensa que está a pressionar-me é melhor desistir porque eu não cedo a nenhumas pressões venham elas de onde vierem”, explicou.

“O Presidente não pode ficar-se pelo comentário ou palavra de circunstância” perante “o permanente ataque que o Governo faz ao Tribunal Constitucional”, declarou em Santarém, considerando mesmo que Cavaco “devia ouvir mais o PS”.

Para o secretário-geral socialista, o Governo “afronta o TC” e “prepara-se para exigir mais austeridade aos portugueses”, referindo-se à carta enviada por Passos Coelho ao FMI na última avaliação da troika e que ainda não é conhecida. “Os portugueses não podem continuar nesta incerteza e nesta instabilidade”, sustentou.

Seguro insiste, por isso, que “é dever” de Cavaco convocar uma reunião do Conselho de Estado e demitir o Governo.

O secretário-geral do PS não quis, por outro lado, pronunciar-se sobre as recentes polémicas com António Costa, alegando que “a responsabilidade de um político não é andar na intriga, mas responder aos problemas dos portugueses”.

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