O secretário-geral do PCP voltou a apelar esta segunda-feira ao Presidente da República (PR) para que dissolva a Assembleia da República (AR) e “devolva a palavra ao povo”, mas reconheceu que será difícil Cavaco Silva antecipar o calendário eleitoral previsto.

“Com grande frontalidade dissemos ao senhor Presidente da República que a questão da dissolução da AR é uma condição fundamental para nós conseguirmos encontrar caminhos alternativos a esta escalada, a esta política de exploração e de empobrecimento que hoje atinge milhões de portugueses”, afirmou o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, no final de uma audiência com o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva.

Jerónimo de Sousa reconheceu, contudo, que o Presidente da República tem “posições claramente divergentes” do PCP e adiantou não ter ficado com a ideia que possa existir alguma antecipação do calendário eleitoral do próximo ano para evitar que as legislativas coincidam com a apresentação do Orçamento do Estado para 2016 e se realizem poucos meses antes das presidenciais.

“Não fiquei com essa ideia”, admitiu o secretário-geral comunista, escusando-se, porém, a adiantar pormenores das posições assumidas por Cavaco Silva ao longo da audiência, que se prolongou por pouco mais de uma hora.

O secretário-geral do PCP insistiu, contudo, que a “política de cortes, de empobrecimento” não é o caminho certo, considerando que “cada vez mais a vida justifica que este Governo seja demitido, que se dissolva a Assembleia, que se encontre uma solução alternativa”.

“O Presidente da República pode ter dificuldade em demitir o Governo, mas tem o poder de dissolução da Assembleia da República sempre com a garantia de devolver a palavra ao povo com eleições antecipadas”, acrescentou.

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