O presidente da Associação Nacional de Professores Contratados (ANPF) desafiou esta terça-feira o ministro da Educação a divulgar quantos dos docentes que passaram na prova de avaliação vão conseguir ser colocados no sistema público de ensino.

“Desafiamos o senhor ministro a dizer quantos vão ser os professores do Ministério da Educação (ME), que ficaram agora aprovados, a trabalhar no ensino público em setembro, porque aí vamos entender para que serviu a prova e se valeu a pena investir dinheiro dos portugueses”, disse à agência Lusa o presidente da ANPF, César Paulo.

O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) anunciou na segunda-feira que mais de 85% dos professores que realizaram a prova de avaliação passaram no exame. O IAVE revelou que 1.473 docentes reprovaram nesta prova, que permite o acesso à carreira docente de professores contratados com menos de cinco anos de serviço.

Em declarações à Lusa, César Paulo disse que a “maioria dos professores passou, o que prova que os docentes são uma classe bem preparada”, apesar das condições de realização.

O presidente da ANPF desafiou ainda o ministro da Educação, Nuno Crato, a apresentar ao país o custo do exame para o erário público.

“No que diz respeito aos que reprovaram, a associação quer realçar que a maior parte das provas foi realizada em condições um pouco estranhas, com ruído e outro tipo de acontecimentos simultâneos à realização da prova. Todos vimos na televisão os tumultos que ocorreram em vários sítios do país”, explicou.

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O IAVE divulgou também na segunda-feira que a maioria dos professores que realizaram a prova de avaliação docente deu erros ortográficos, de pontuação e de sintaxe.

De acordo com o IAVE, num total de 10.220 provas validadas, 62,8% das respostas acusaram um ou mais erros ortográficos, 66,6% um ou mais erros de pontuação, e 52,9% um ou mais erros de sintaxe. À Lusa, o presidente da ANPF sublinhou que a situação “não é anormal”, tendo em conta as condições em que se realizaram as provas.

“O IAVE e o ME tiveram realmente muita preocupação em relevar a questão dos erros ortográficos. Queria saber porquê, mas [o facto de se terem registado os erros] não me parece anormal que devido ao novo acordo ortográfico e às condições de realização” da prova, disse.