A Comunidade Islâmica de Lisboa (CIL) atribuiu este domingo a um ataque informático o texto de apelo à violência que surgia na página principal do site. “Não conheço ninguém da nossa comunidade ou qualquer muçulmano residente em Portugal que possa ter esse tipo de atitude, parecendo mais uma ação de um agente provocador”, escreveu numa mensagem o presidente, Abdool Vakil.

Abdool Vakil salienta que “o que se está a passar [referindo-se aos atos de violência do Estado Islâmico] nada tem a ver com os muçulmanos portugueses e apenas traz uma ideia errada do que de facto é o Islão”. “Todos os supostos jihadistas portugueses mencionados nos jornais já viviam fora de Portugal há algum tempo, antes de serem aliciados por esses movimentos”, acrescenta.

O presidente da direção da comunidade islâmica aproveitou para explicar a leitura que faz dos apelos à jihad (guerra santa), contidos no Alcorão (o livro sagrado do islão): “Jihad não é que tem sido falado pelos media pois a verdadeira jihad é a que cada um de nós faz no seu interior para moldar o espírito para o bem e tornar-se uma melhor pessoa”, pode ler-se no site.

Abdool Vakil afirma que os muçulmanos estão “todos bem integrados na sociedade portuguesa” e que a CIL defende “uma harmonia e respeito mútuo entre todas as religiões”, promovendo até “frequentes diálogos entre todas elas”. Por tudo isso, o ciberataque “não passa de uma tentativa de provocar reações contra muçulmanos e de denegrir a imagem da sua religião”.

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A mensagem alegadamente publicada por piratas informáticos no site da comunidade islâmica de Lisboa, entretanto retirada, dizia que “está na hora de demonstrar ao mundo a força do islamismo e de combater os infiéis. (…) Iremos tomar conta de Portugal e deste povo fraco e levaremos o nosso Islão ao mais elevado patamar do desejo do Senhor!”.

O líder da CIL deixou claro que, para a comunidade em Lisboa, os não muçulmanos não são infiéis e os Judeus e Cristãos são irmãos num só Deus”.

O texto estava com data de 17 de setembro, quarta-feira e, de acordo com a Agência Lusa, esteve disponível até cerca das 19h00 deste domingo.