O exército norte-americano disse esta quinta-feira que os ataques aéreos levados a cabo pelos EUA, juntamente com os seus aliados, danificaram a maior parte das pequenas refinarias de petróleo sob controlo do Estado Islâmico na Síria, escreve o Washington Post.

“Queríamos que eles [os jihadistas] deixassem de conseguir usar estas refinarias, que representam uma importante fonte de receitas”, disse John F. Kirby, um porta-voz do Pentágono. O Estado Islâmico produzia entre 300 a 500 barris de petróleo por dia, a partir das dezenas de refinarias que agora foram atacadas, acrescentou. Segundo Kirby, os ataques foram feitos com precisão para não destruir por completo estas infraestruturas, que podem vir a ser usadas por um futuro Governo sírio, controlado por forças moderadas.

Mas alguns analistas defendem que estes ataques não serão suficientes para travar o financiamento do Estado Islâmico, uma vez que a maior parte dos lucros dos jihadistas provêm da venda do crude e não do petróleo refinado. “O EI controla os campos petrolíferos. Destruir pequenas refinarias apenas vai significar uma mudança de produção – dessas pequenas refinarias para micro refinarias localizadas em bairros residenciais”, disse Chris Harmer, analista no Institute for the Study of War, ao Washington Post.

Os EUA intensificaram esta semana os ataques aéreos contra as posições do Estado Islâmico no Iraque, alargando esses ataques à Síria. Na sexta-feira, espera-se que os deputados britânicos aprovem a participação do Reino Unido na campanha militar contra o EI. A força aérea britânica deverá iniciar os ataques nas 24 horas que se seguem à votação no Parlamento, segundo o Guardian.

Apesar desta intensificação, os radicais islâmicos ameaçam estender o seu domínio na Síria ao tentar controlar a cidade de Kobane, na fronteira com a Turquia, de acordo com o Washington Post. Nos últimos dias, mais de 130 mil pessoas deixaram a zona. As forças curdas têm pedido aos EUA para intervirem. “As bases do Estado Islâmico e todas as suas armas, veículos e equipamento estão à vista de todos, mas ainda não foram alvos de ataques aéreos”, lê-se num comunicado das Unidades de Proteção Popular, um dos grupos curdos, segundo o mesmo jornal norte-americano.

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