“A adesão esteve muito próxima dos 99% [no domingo] mas isso são números apenas. A nossa preocupação é que vemos os períodos de greve a aproximarem-se do fim e vemos uma administração que está fechada a qualquer tipo de negociação ou de aceitação a cumprir o que está acordado, receamos que haja um aval do governo relativamente a esta posição”, avançou à Lusa, Nuno Fonseca, porta-voz do SNPVAC.

Os tripulantes de cabine da TAP cumpriram entre as 00h00 e as 24h00 de domingo o primeiro de dois dias de greve para exigir o cumprimento do acordo de empresa em vigor desde 2006, após conversações do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) com a empresa que este considerou infrutíferas.

Questionado quanto aos resultados da greve, Nuno Fonseca disse querer acreditar que alguma coisa mudará com a forma de luta dos tripulantes da TAP “nem que seja a consciência, não só do resto dos trabalhadores, mas também dos portugueses”, sublinhando que a administração da empresa de aviação “está numa roda-viva” e “tem carta-branca do Governo para fazer o que quer que seja”.

“A empresa está em risco, porque a administração tem uma postura de corte e de tentar tornar a empresa apetecível, eventualmente, para um comprador num processo de privatização e absolutamente mais nada”, sublinhou o responsável.

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De acordo com Nuno Fonseca e, depois do segundo dia de greve que se cumpre terça-feira, o Sindicato tem já agendadas reuniões com plataformas sindicais onde vão analisar formas de luta, bem como irão fazer uma tentativa de entrar em contacto com o Governo, sublinhando que a situação “está a chegar a níveis que não são suportáveis”.

Fazendo um balanço do primeiro dia de greve, o porta-voz da TAP, André Serpa Soares, disse à agência Lusa que “mais de um terço da operação total que estava programa para domingo foi realizado”.

Segundo André Serpa Soares, a TAP tinha 288 voos programados para domingo, tendo sido 78 garantidos pela Portugália e 26 em serviços mínimos.

A 15 de outubro, o sindicato entregou um pré-aviso de greve de quatro dias, repartido em dois períodos: o primeiro foi a 30 de outubro e 01 de novembro e o segundo cumpriu-se no domingo e termina na terça-feira.