O influente economista francês Thomas Piketty, autor de “O Capital no Século XXI”, recusou esta quinta-feira a mais alta distinção de França, a Legião de Honra, com críticas ao Governo socialista no poder. “Acabei de saber que fui nomeado para a ‘Légion d’Honneur’. Recuso esta nomeação porque penso que não cabe ao Governo decidir quem é honorável”, disse Piketty à agência France Presse.

“Faziam melhor em concentrar-se no relançamento do crescimento [económico] em França e na Europa”, acrescentou o economista, que em tempos foi próximo do Partido Socialista francês mas que se distanciou das políticas do Presidente François Hollande. Piketty consta da lista, divulgada esta quinta-feira, de nomeados para a prestigiada distinção, a par do economista Jean Tirole, distinguido em 2014 com o Nobel da Economia.

Thomas Piketty tornou-se conhecido internacionalmente com o lançamento de “O Capital no Século XXI”. O livro com cerca de 600 páginas aborda a temática da desigualdade económica e vendeu cerca de 1,5 milhões de exemplares. Traduzido em várias línguas, foi sobretudo um êxito nos Estados Unidos, onde Piketty foi convidado a reunir-se com conselheiros do Presidente Barack Obama. O economista Paul Krugman, já distinguido com um prémio Nobel, chegou a considerar a obra enquanto “o livro de economia mais importante do ano — e talvez da década”.

Em 2013 foi a fez do cartoonista Jacques Tardi recusar a Legião de Honra. A ele juntam-se outros nomes, entre os quais o filósofo Jean-Paul Sartre e os radiologistas pioneiros Pierre e Marie Curie. A BBC escreve ainda que é muito raro alguém recusar a distinção em causa.

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