As buscas para encontrar sobreviventes do navio que se afundou na quinta-feira à noite ao largo da ilha cabo-verdiana do Fogo permitiram encontrar, para já, um passageiro, que se encontra em terra, disse hoje à agência Lusa fonte oficial.

Em declarações à Lusa, Arlindo Lima, presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil (SNPC) de Cabo Verde, há a esperança de que se consigam encontrar mais sobreviventes entre os 22 desaparecidos, e não 19, como foi inicialmente dado a conhecer. Três dos passageiros foram resgatados na madrugada de hoje por um navio que se encontrava na área em que o “roll on roll off” Vicente se afundou a cerca de quatro milhas náuticas do porto de Vale dos Cavaleiros, na ilha do Fogo, quando fazia a ligação entre a Cidade da Praia e São Filipe.

Segundo Arlindo Lima disse à Lusa, o total de pessoas a bordo da embarcação pertencente à empresa “Tuninha” era afinal de 26 e não de 22, tal como foi inicialmente indicado, pelo que continuam desaparecidos 22 pessoas, entre tripulantes e passageiros.

Interrompidas cerca das 02h30 de hoje (03h30 em Lisboa) devido aos fortes ventos e ondulação, as operações de busca foram retomadas cerca das 07:00 locais, ações que estão a ser mais facilitadas uma vez que o vento e a ondulação “diminuíram consideravelmente”, acrescentou Arlindo Lima. Nas operações estão envolvidas quatro embarcações e vários botes, bem como dois aviões, a que deverá juntar-se um helicóptero espanhol, que se encontra na ilha de São Vicente em serviço de uma empresa das Canárias, adiantou.

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O “Vicente” afundou-se com seis contentores a bordo que transportavam medicamentos da empresa que está a construir o hospital regional das ilhas do Fogo e da Brava, desconhecendo-se, ainda, as razões do acidente. No cais do porto de Vale dos Cavaleiros encontram-se responsáveis das autoridades marítimas, sanitárias e da Proteção Civil cabo-verdianas, prontas para entrar em ação e prestar socorro ao navio e seus ocupantes do navio Vicente, que antes operava na linha Santo Antão/São Vicente.

Este é o quinto incidente com barcos em Cabo Verde em pouco mais de um ano, tendo o primeiro acontecido em setembro de 2013, quando o navio de carga Rotterdam, com seis tripulantes a bordo, desapareceu horas depois de ter saído do Porto da Praia e até hoje não se sabe do seu paradeiro.

Um mês depois, em outubro de 2013, o navio de transporte de passageiros inter-ilhas Sal-Rei colidiu com a embarcação de combustíveis Cipreia junto do ilhéu de Santa Maria, na Cidade da Praia, mas o acidente não causou vítimas.

Em junho de 2014, o navio de passageiros e de carga Pentalina-B encalhou na praia de Moia-Moia, região do concelho de São Domingos, ilha de Santiago, mas todos os 85 passageiros que estavam a bordo foram retirados com ajuda de um rebocador. Em agosto do ano passado, o navio de combustível John Miller, propriedade da empresa de combustível Enacol, encalhou na ilha da Boavista, quando se preparava para fazer uma descarga de combustível e gás na ilha, provocando danos ambientais, mas a tripulação foi salva.