Depois da despesa dos utentes ter caído de 2011 para 2012, os portugueses voltaram a gastar mais com medicamentos em 2013, de acordo com o relatório “Estatística do Medicamento 2013”, divulgado esta segunda-feira pelo Infarmed. Esse aumento ficou-se a dever em grande medida ao aumento do consumo – com mais nove milhões de embalagens de remédios vendidas naquele ano -, que não se manifestou contudo no aumento da despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente através da subida de encargos com comparticipações.

De acordo com o relatório, os portugueses gastaram diretamente do seu bolso mais de 665 milhões de euros, um crescimento de 2,3% face ao ano anterior, enquanto que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) reduziu a fatura da farmácia em 1,1%, para os 1.160 milhões de euros em 2013, numa tentativa de cumprir com a meta estabelecida pela troika em termos de despesa com medicamentos em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), que ainda assim saiu furada, mas por causa dos medicamentos hospitalares.

Por conta deste aumento dos encargos dos utentes, em 2013 os portugueses suportavam já mais de metade da despesa com medicamentos em Portugal, considerando remédios vendidos em farmácias e em locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica, cujo peso também fortaleceu nesse ano.

No top 5 de medicamentos mais vendidos em 2013 encontram-se a sinvastatina (para o colesterol), o paracetamol (analgésico), a metformina (para a diabetes), o ácido acetilsalicílico (anti-inflamatório) que é a substância ativa, por exemplo, da aspirina, e o omeprazol (para problemas de estômago). Já em termos de maior volume de encargos do SNS, surgem medicamentos para a diabetes, antiepiléticos e broncodilatadores.

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O preço médio global anual dos medicamentos vendidos em ambulatório (farmácias) fixou-se nos 10,11 euros, menos 60 cêntimos do que no ano anterior e menos 3,09 euros do que em 2010, antes da troika ser chamada a intervir em Portugal.

30 farmácias fecharam portas em 2013

A redução dos preços dos medicamentos, conjugada com as alterações e reduções das margens de lucro no setor, fizeram com que o negócio das farmácias deixasse de ser a galinha de ovos de ouro do passado. E os resultados estão à vista.

Segundo a Autoridade do Medicamento, em 2013 havia menos 30 farmácias do que em 2012, num total de 2.766. E apenas mais dois postos farmacêuticos, que passaram a ser 952.

Ainda assim o número de farmacêuticos cresceu nesse período, tendo passado de 8.016 em 2012 para 8.104 no ano em análise, mas houve uma quebra de outros profissionais de saúde, para 4.468.