Um grupo de engenheiros da Samsung desenhou um sistema que se propõe detetar precocemente acidentes vasculares cerebrais (AVC). O princípio é (aparentemente) simples: de um lado uma estrutura — relativamente discreta — colocada na cabeça, equipada com sensores capazes de ler as ondas cerebrais. Do outro, claro, um smartphone da Samsung, que recebe e processa os dados. Deste modo, o utilizador é alertado de um acidente vascular eminente. Os detalhes podem ser consultados aqui.

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo, segundo os dados da Organização Mundial de Saúde. 6,7 milhões de pessoas são afetadas, todos os anos, por acidentes vasculares cerebrais, que geralmente conduzem à morte ou deixam graves sequelas. Os números são suficientemente importantes para que sejam consideradas todas as tentativas de os evitar.

Se-hoon Lim, líder do projeto, contou que a equipa começou por consultar neurologistas para perceber se a ideia era exequível. Os médicos desvalorizaram o projeto, mas isso não os impediu de avançar com o Early Detection Sensor & Algorithm Package (EDSAP). Os cinco investigadores prosseguiram com o trabalho por acreditarem que os wearables (tecnologia que se “veste”) vieram para ficar e que a tecnologia permite soluções cada vez mais sofisticadas. Sensores modernos são capazes de detetar sinais de stresse, ansiedade ou aumento da pressão arterial, fatores de risco associados aos acidentes vasculares.

A equipa pretende também adaptar este conceito à monitorização cardíaca, de modo a prevenir ataques cardíacos. Os cientistas sabem que o caminho é longo e que ainda precisam de tempo para concretizar esta tecnologia, até terem pronto um modelo capaz de entrar em fase de testes clínicos, mas mostram-se persistentes. O projeto está a ser desenvolvido na Creativity Lab, um laboratório de experiências onde os engenheiros da Samsung têm liberdade para pôr em prática novas ideias — neste EDSAP estão envolvidos funcionários das equipas de smartphone e das máquinas de lavar.

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