A Standard & Poor’s (S&P) cortou o rating da Rússia para o nível junk (lixo), o que coloca a dívida soberana do país abaixo do patamar de investimento seguro, pela primeira vez em uma década. A agência de notação financeira baixou a nota em um nível para BB+, o que coloca a Rússia na mesma categoria de países como a Bulgária e a Indonésia, embora ainda acima do rating de Portugal que está em BB desde 2012.

A S&P colocou ainda a economia russa em perspetiva (outlook) negativa, considerando que o país se encontra à beira da recessão por causa da descida dos preços de petróleo para níveis de 2009. A Rússia é o maior exportador mundial de energia, mas a descida dos preços não é o único problema apontado pela agência. Em causa estão também os efeitos das sanções económicas impostas pelos Estados Unidos em resposta ao envolvimento do regime de Vladimir Putin no conflito independentista na Ucrânia. As sanções isolaram as grandes empresas russas dos mercados internacionais de dívida, afastando os investidores do rublo e das ações e obrigações do país. A moeda russa afundou 46% contra o dólar no ano passado.

De acordo com uma nota da agência, “a flexibilidade da política monetária russa está muito limitada e as suas perspetivas económicas enfraqueceram”. A S&P alerta ainda para o risco crescente de degradação das almofadas externas e orçamentais, em resultado de uma maior pressão internacional e da necessidade do governo apoiar mais a economia. O corte de rating da S&P irá assustar ainda mais os investidores internacionais perante os ativos russos que deixaram agora de preencher o patamar de investment grade (investimento de qualidade).

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