Tiny Times — a BBC diz que os filmes são uma mistura da série “Sexo e a Cidade” com o filme “O Diabo Veste Prada”. De facto, são várias as semelhanças com a série americana. Quatro amigas “atraentes e viciadas em moda” vivem em Shangai e a trama gira à volta das suas peripécias, dos dramas e dos romances com homens bonitos e bem-sucedidos. Segundo a Bloomberg, Tiny Times bateu o recorde da sequela mais vista no país. Já rendeu mais de 1,3 mil milhões de yuan (186 milhões de euros) desde o primeiro filme, lançado em 2013.
Os três filmes (o quarto vem a caminho) são um sucesso pelo número de espetadores, mas os filmes são também um “sucesso comercial”. Numa cena do último episódio da saga, vê-se uma das personagens a desfilar até à porta da luxuosa Fendi, em Roma. Entra majestosamente na loja e está fascinada com o que está a ver. O chefe executivo da loja mostrou-se “muito agradecido” por a produção do filme ter escolhido a Fendi para filmar. Acredita que a marca terá retorno. Provavelmente terá razão.
Na China, a típica consumidora de produtos de luxo tem por volta de 20 anos: é 12 anos mais nova do que a consumidora europeia e 20 anos mais nova do que nos EUA. As mulheres jovens são o principal alvo na China das marcas luxuosas. Em 2014, as vendas de luxo caíram 1% no país, de acordo com a Bain & Co., citada pela Bloomberg, por isso as marcas têm de continuar a usar estratégias comerciais agressivas para conquistarem este público.
Os filmes Tiny Times são uma das apostas para as vendas comerciais. Na mesma viagem a Roma, que faz parte do terceiro filme lançado em julho de 2014, uma das protagonistas é vestida por Michael Kors no showcase da coleção de 2014. A Lancome também é uma das marcas interessadas em ver o nome (e os produtos) na película chinesa.
As referências constantes a “marcas caras” e carros de luxo são muito criticadas por Ying Zhu, professor de cultura dos media na Universidade de Nova Iorque. O professor diz à BBC que, na série, “as mulheres são retratadas como seres vazios” num universo em que os “valores são definidos pelo dinheiro”. Uma série que retrata o “crescimento do materialismo” com muitos excessos à mistura, refere. As jovens chinesas gostam. E as marcas de luxo também.