A greve dos técnicos de diagnóstico e terapêutica está a registar esta quinta-feira de manhã uma adesão acima dos 85%, segundo dados provisórios do Sindicato que convocou a paralisação e que não contemplam ainda o maior hospital do país.

De acordo com Almerindo Rego, presidente do Sindicato dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS), a adesão à greve situa-se entre os 85% e os 90%.

O sindicalista ressalvou contudo que os dados são provisórios e não contemplam ainda o hospital de Santa Maria, em Lisboa, a maior unidade do país.

A greve, que decorre desde as 00h00 de quinta-feira e se prolonga até às 23h59 de sexta-feira, visa “defender os serviços públicos de saúde e, em especial, o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”. Análises clínicas e outros exames de diagnóstico e terapêutica poderão ser afetados pela greve, que pode ainda ter impacto em cirurgias programadas.

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Hoje, os trabalhadores vão manifestar-se ao início da tarde frente ao Ministério da Saúde.

De acordo com o pré-aviso de greve, a paralisação é um protesto contra “o bloqueio negocial das carreiras, imposto pelo Governo, em clara violação da lei”.

Em causa está também “a não revisão das carreiras, associado ao congelamento dos escalões e dos concursos, dos cortes salariais e da depreciação do pagamento do trabalho extraordinário, atingir quase 50% das remunerações a que os técnicos de diagnóstico e terapêutica têm direito”.

O “desemprego galopante, a não substituição dos profissionais aposentados e consequente aumento das cargas de trabalho, desrespeito pelas escalas de trabalho, violações do direito aos descansos semanais e compensatórios e dos limites do trabalho extraordinário, sobrecarga dos regimes de trabalho, com risco para a segurança dos doentes e a qualidade dos desempenhos” são outros dos motivos da greve.

Em comunicado, o STSS considera que o Governo “agravou a discriminação e a violência institucional que vem exercendo sobre” estes profissionais.

Em novembro do ano passado, os técnicos de diagnóstico já tinham realizado dois dias de greve nacional, exigindo a revisão da carreira, contestando a interrupção de negociações por parte do Ministério da Saúde e reclamando da sobrecarga de trabalho, devido à falta de substituição dos funcionários que se foram aposentando.

Segundo o Sindicato, a necessidade de revisão das carreiras dos profissionais de diagnóstico e terapêutica tem sido reconhecida pelos governos nos últimos 14 anos, sem que ainda se concretizasse a alteração pretendida.

Relativamente ao diálogo negocial, os sindicalistas acusam o atual Ministério da Saúde de bloquear as negociações sem qualquer explicação.

Além destes motivos, os sindicalistas consideram que o Governo veio agravar a “discriminação institucional” destes profissionais.