A Universidade de Évora vai entregar esta quinta-feira o Prémio Vergílio Ferreira 2015 à escritora portuguesa Lídia Jorge, cuja obra tem sido dedicada “a uma revitalização realista e onírica da vida e da sociedade portuguesa pós-25 de abril”. A cerimónia de entrega do galardão, cuja vencedora deste ano foi anunciada a 28 de janeiro, está marcada para as 17h, na Sala de Docentes do Colégio do Espírito Santo da Universidade de Évora (UÉ), indicou a academia alentejana.

A sessão, acrescentou a universidade, conta com a presença da escritora e do júri do prémio, composto por António Sáez Delgado (presidente), Eduardo Lourenço, Fernando Pinto do Amaral, António Cândido Franco e Elisa Esteves (diretora do Departamento de Linguística e Literaturas da UÉ).

A anteceder a entrega do prémio, segundo a UÉ, decorre ainda uma sessão aberta com Lídia Jorge, Eduardo Lourenço e Fernando Pinto do Amaral (11h30 na sala 131) e uma sessão de autógrafos com a escritora (12h30). Aproveitando a cerimónia, a academia alentejana inaugura, no Claustro da Cisterna, uma exposição evocativa dos autores a quem o Prémio Vergílio Ferreira já foi atribuído, desde que foi instituído, em 1997.

Este galardão distingue, anualmente, o conjunto da obra literária de um autor de língua portuguesa relevante no âmbito da narrativa e/ou ensaio. Lídia Jorge foi a escolhida para a edição 2015 do prémio por a sua obra, “até hoje”, se ter dedicado “a uma revitalização realista e onírica da vida e da sociedade portuguesa pós-25 de Abril, numa rara convergência entre a singularidade do tempo que é ainda o nosso e a sua vocação de universalidade”, justificou o júri deste ano, em ata.

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Contactada pela agência Lusa, aquando do anúncio de que tinha vencido o prémio, a escritora afirmou-se emocionada, porque foi “muito amiga” de Vergílio Ferreira, que foi o primeiro que a reconheceu como seu par. “Eu senti muita emoção, porque fui muito amiga de Vergílio Ferreira, que foi um escritor que me acompanhou, aquele que primeiro escreveu sobre [o romance] ‘O dia dos Prodígios’, quando ainda nem sequer estava publicado”, disse a escritora à Lusa.

Vergílio Ferreira, recordou a autora de Os Memoráveis (2014), foi também quem a apadrinhou na literatura: “Foi aquele que me incentivou, aquele que me reconheceu”. Já em novembro do ano passado, Lídia Jorge foi distinguida, por unanimidade, com o Prémio Luso-Espanhol de Arte Cultura 2014, atribuído pelo Ministério da Cultura de Espanha e pela Secretaria de Estado da Cultura de Portugal.

Entre outros galardões literários, a escritora já recebeu o Prémio Dom Dinis, o Prémio PEN Clube, o Prémio Máxima de Literatura, o Prémio Bordallo de Literatura da Casa da Imprensa, o Grande Prémio de Romance de Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE), o Prémio Jean Monet de Literatura Europeia, o Prémio Charles Bisset e o Prémio Albatros, da Fundação Günter Grass.

Nascida em 1946, no Algarve, Lídia Jorge tem uma vasta obra literária publicada e, em outubro do ano passado, lançou, pela editora Dom Quixote, o livro O Organista.