O número de imigrantes que atravessam o Mediterrâneo pode aumentar este ano para meio milhão se nada for feito contra as pessoas que os traficam, alertou hoje o secretário-geral da agência marítima da ONU.

Koji Sekimizu, secretário-geral da Organização Marítima Internacional, apelou para um esforço multinacional para garantir a segurança dos migrantes e para identificar aqueles que os traficam para obter lucro apesar do risco.

“Esta é uma questão muito séria”, disse Sekimizu, ao discursar numa conferência e exposição marítima internacional em Singapura, a “Sea Asia”.

“Está na altura de pensar verdadeiramente como pôr termo à passagem perigosa de migrantes a bordo de embarcações pequenas e muito inseguras. Temos de agir”, disse.

Sekimizu referiu estar a trabalhar com outras agências da ONU para criar uma base de dados de traficantes de seres humanos, mas não deu pormenores.

Mais de 170.000 migrantes atravessaram o Mediterrâneo em 2014, 3.000 dos quais morreram no mar, segundo Sekizimu.

No mais recente incidente, no domingo, cerca de 800 pessoas terão morrido quando a embarcação em que viajavam naufragou ao largo da Líbia.

“Se não fizermos nada, penso que este ano veremos meio milhão de migrantes atravessar o Mediterrâneo e, potencialmente, 10.000 morrerem”, alertou o responsável.

Sekimizu frisou o papel central que os governos europeus têm nesta questão e apontou as bem-sucedidas operações contra a pirataria nas águas da Somália como exemplo de como a comunidade internacional pode convergir esforços no Mediterrâneo.

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