Os trabalhadores do INEM decidiram agendar uma greve ao trabalho extraordinário a partir do dia 24, anunciou a Federação Nacional de Sindicato que os representa.

“A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) emitiu hoje um aviso prévio de greve ao trabalho extraordinário, para os trabalhadores do Instituto Nacional de Emergência Médica, a partir das 00.00 horas, do próximo dia 24 do corrente mês, depois de esta manhã o titular da pasta da Saúde ter negado uma reunião com esta estrutura sindical, para discutir a gravíssima situação de falta de pessoal no INEM”, lê-se no comunicado enviado às redações.

Em declarações à agência Lusa, o dirigente sindical Luís Pesca, explicou que por se tratar da prestação de cuidados de saúde impreteríveis, a federação decidiu respeitar os 10 dias para o pré-aviso de greve.

Uma delegação de representantes dos trabalhadores tentou hoje reunir-se com o ministro da Saúde, Paulo Macedo, ou com algum dos secretários de Estado para debater o problema da sobrecarga de trabalho que afeta estes profissionais.

Segundo a federação sindical, a tutela está a pôr em causa a assistência a doentes emergentes e a impor aos trabalhadores com funções de técnicos de emergência “períodos de trabalho com descanso somente ao fim de 20 e mais dias”.

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A FNSTFPS insiste na necessidade de reunir com o ministro e com o presidente do INEM, pelo que também hoje dirigiu a estes responsáveis, pedidos de reunião com caráter de urgência.

Em comunicado, a federação manifesta solidariedade para com os trabalhadores do INEM, que afirma estarem a ser alvo de ameaças por parte da entidade patronal.

O presidente do INEM disse hoje que há sete ambulâncias paradas em Lisboa na sequência do protesto dos trabalhadores, no total de 21 daquelas viaturas do instituto na capital.

Em declarações aos jornalistas no final de uma reunião no Ministério da Saúde, Paulo Campos disse que não havia qualquer pré-aviso de greve em vigor que suporte o protesto dos trabalhadores e sublinhou que a população não deve ficar alarmada porque o socorro não está em causa.

O presidente do INEM garantiu que foram pagos até agora “todos os valores reclamados do passado” pelos trabalhadores, enquanto o pagamento dos subsídios de alimentação dos turnos extra começa a ser pago este mês.

Os técnicos de ambulância de emergência estão desde o início do mês a recusar fazer horas extraordinárias, queixando-se de falta de pagamento de subsídios e de horas extra e de mais cortes no salário.