Marcelo Rebelo de Sousa considerou que o empate técnico entre a coligação de governo e os socialistas avançado pelo Barómetro da Universidade Católica é “um aviso sério” ao líder socialista, António Costa, numa “altura crucial”.

“Isto é um aviso muito sério a António Costa numa altura que é crucial, a um mês, mês e tal, de se definirem as posições de partida. Um aviso de que está a perder velocidade, de que a mensagem não está a entrar e de que a mensagem da coligação começa a entrar”, disse o ex-líder do PSD e comentador político.

Para Marcelo, que falava à imprensa à entrada para a Conferência “Uma Visão de Futuro pela Lusofonia”, em Lisboa, a sondagem diz que “não só há um empate técnico, como há uma ultrapassagem” da coligação PSD/CDS-PP em relação ao PS, “o que significa uma inversão” relativamente aos últimos estudos de opinião.

“Significa uma desaceleração muito rápida do PS e uma aceleração da coligação, que mostra que a coligação vale mais do que o somatório dos dois partidos e que está neste momento numa tendência ascendente, ao contrário do PS, que está numa tendência descendente”, disse.

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Questionado sobre a avaliação dos inquiridos à prestação do governo, Marcelo Rebelo de Sousa considerou haver nesta altura “uma interiorização de que a política da troika, apesar de tudo, não é tão má como isso”.

“Os portugueses estão divididos pela primeira vez entre os que acham que é muito má a política de austeridade e os que acham que é boa, ou pelo menos tem de ser” aplicada, disse.

Para o comentador, “talvez por causa da Grécia ou da situação europeia em geral”, os portugueses “estão pelo menos a resignar-se, ou a aceitar como um mal menor, a estratégia defendida pela coligação”, tendo desaparecido “a clivagem que havia na sociedade portuguesa e que era muito importante para a estratégia do PS”.

Marcelo Rebelo de Sousa comentava o Barómetro de junho da Universidade Católica Portuguesa, divulgado, no qual a coligação de governo pela primeira vez apresenta resultados próximos de um empate técnico com o Partido Socialista – 38% e 37%, respetivamente.

Sobre a prestação do governo, a maioria dos inquiridos faz uma avaliação negativa – 28% consideram-na “muito má” e 35% “má” -, mais do que os 29% que a consideram “boa” e os 2% que a avaliam como “muito boa”.