Corpo em forma de um “s” e pele branca. Estas eram duas das características que faziam uma mulher atraente há um século, mais coisa menos coisa. O conceito de beleza feminina (mas também masculina) tem evoluído ao longo dos anos e longe vai o tempo em que ser-se moreno tinha uma má conotação, ao estar associado à pobreza e a longas horas de trabalho. Talvez por isso, e mesmo a chegar ao pico do verão, o espanhol ABC reuniu quatro características que ditavam, no século passado, o que era uma mulher bonita — um ideal muito longe do que hoje se ambiciona ver ao espelho.

1. Corpo em forma de um “s”

As mulheres do princípio do século XX procuravam ter o corpo na forma de um “s” ou de uma ampulheta, o que na altura era considerado atraente pela sociedade — tal implicava ancas largas e um peito volumoso. Para conseguir o tão desejado visual, as mulheres socorriam-se ao uso de espartilhos apertados que, não raras vezes, dificultavam a respiração. No entanto, eram esses mesmos espartilhos que davam a ideia de curvas femininas generosas, uma realidade que contraria a luta atual e quase diária por um corpo magro e tonificado.

circa 1870:  Four Victorian ladies modelling the whalebone corsets which were fashionable in the 19th century.  (Photo by Hulton Archive/Getty Images)

Hulton Archive/Getty Images

2. Tez pálida

A mulher perfeita da primeira década de 1900 tinha uma tez pálida, ao contrário do bronze de verão que, por estes dias, é muito ambicionado. Acontece que, à época, ter um tom de pele mais escuro era sinónimo de trabalho de sol a sol, sinónimo de pobreza; já a tez branca era associada a uma mulher que ficava confinada às quatro paredes de uma mesma casa, onde podia gozar de uma boa qualidade (e estilo) de vida.

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3. Cabelo volumoso e encaracolado

Há um século vivia-se uma transição no que a penteados diz respeito — em causa estavam o pompadour do século XIX (como quem diz topete, o que, por sua vez, significa a elevação do cabelo à frente) e os fios encaracolados no princípio do século XX. Essa mistura resultou em cachos de caracóis volumosos, sobre os quais se colocavam vários chapéus para evitar o sol e o bronze a ele associado — o pescoço, esse, ficava a descoberto. O jornal espanhol escreve que as características descritas tinham como objetivo fazer com que as mulheres se parecessem com… um cisne.

4. Gibson girl

Todas essas características foram representadas em ilustrações do artista Charles Dana Gibson, cujos desenhos representavam o ideal de beleza feminino no início do século XX e que viriam a ser personificados com a criação da Gibson girl, uma figura se tornou num símbolo da época. O ABC lembra, no entanto, que o artista sempre argumentou que nunca inventou nada e que apenas se limitava a prestar atenção à moda que passava nas ruas.