A China comemorou esta quinta-feira através de um aparatoso desfile militar, em Pequim, o 70º aniversário da vitória sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial. Esta parada reforça o estatuto da China como potência militar, mas o Presidente chinês, Xi Jinping, aproveitou a ocasião para  anunciar um corte de 300.000 soldados nos quadros das forças militares.

O desfile contou com mais de 10.000 soldados do Exército Popular, 200 aviões e tanques, não contando no entanto com a presença da maioria dos líderes ocidentais, como Barack Obama ou Angela Merkel. Já a presença de Vladimir Putin destacou-se na cerimónia. Também participaram cerca de 1.000 soldados de outros 17 países, que desfilaram frente do retrato do líder histórico Mao Zedong, conta a BBC.

A parada foi  liderada por veteranos da Segunda Guerra Mundial, a bordo dos veículos, seguidos pelos mísseis e tanques blindados, sobrevoados por caças e bombardeiros num verdadeiro espetáculo de exibição, avança a Reuters. Acrescenta ainda que foi apresentado pela primeira vez o míssel Dongfeng-21D capaz de destruir um porta-aviões.

Crise na China? Não. Cortes são um sinal de força

Xi Jinping pretende reduzir em cerca de 13% o exército chinês, que é composto por cerca de dois milhões de membros, o maior do mundo. O Presidente quer canalizar o dinheiro dos cortes nas forças terrestres tradicionais para uma modernização das forças armadas marítimas e aéreas que requerem menos dinheiro mas mais treino, explica o New York Times. Esta estratégia do governo chinês que pretende racionalizar as forças militares, visa ao mesmo tempo investir em armas de alta tecnologia, afirma a Reuters.

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“A China vai sempre apostar no caminho de um desenvolvimento pacífico”, disse Xi Jinping no seu discurso esta quinta-feira. “O objetivo da nossa comemoração é manter a História bem presente na mente de todos. A guerra provocou mais de 100 milhões de baixas militares e civis. A China sofreu com mais de 35 milhões de vítimas”, disse o Presidente chinês a propósito da II guerra mundial, conta o The Guardian.

Os cortes anunciados pelo Presidente chinês surgem como um sinal de força estratégico e não como uma redução do poderio militar. A Reuters avança que a China está a construir dois porta aviões e novas embarcações.

Xi Jinping utilizou a parada militar para refletir sobre o passado chinês e para deixar clara a sua intenção de reestruturação futura.  O desfile militar acontece pouco tempo depois da queda desastrosa da bolsa chinesa, que deixou os mercados internacionais em alerta. Esta parada coreográfica servirá assim também como mensagem de que a China se recomenda e está de boa saúde.