Diogo Ortega e Sofia Simões de Almeida lançaram a PharmAssistant em abril de 2014. No mesmo ano, foram finalistas do Lisbon Challenge, participaram no programa de aceleração de startups da Bayer e fizeram uma parceria com a farmacêutica para avançar com um teste piloto em Berlim. Um ano depois, cruzam o Atlântico – com novo nome, nova cara e novo produto. Adeus PharmAssistant. Olá Line Health. Olá Estados Unidos.

No início do próximo ano, a startup vai arrancar com um teste piloto no mercado norte-americano, em parceria com o NeuroTexas Institute, que pertence ao grupo St. Davids Healthcare. A ideia é testar a nova solução em doentes que sofreram um ataque cardíaco e acompanhar a sua recuperação. Objetivo: diminuir as readmissões nos hospitais no prazo de 30 dias.

“O Accountable Care Act (ACA), mais conhecido como ObamaCare, veio revolucionar o sistema de saúde americano e colocar uma grande pressão nos vários actores. Agora, todos os prestadores de saúde têm duas prioridades fundamentais: aumentar a satisfação dos doentes e diminuir custos, tornando-se necessário aumentar o envolvimento do doente no tratamento (patient egagement)”, explica o líder da Line Health.

Quando os jovens lançaram a PharmAssistant em 2014, queriam ajudar as pessoas a tomarem os medicamentos certos, à hora certa. E continuam a querer. Primeiro, desenvolveram uma caixa inteligente com alarme visual e sonoro, ligado a um serviço de monitorização em nuvem (cloud), que avisa quando está na hora da toma. Agora, juntaram-lhe novas funcionalidades – apoio na organização dos medicamentos e um novo alerta, que informa os cuidadores e familiares quando há falhas, num novo produto – um dispensador.

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“Nós somos disruptivos num mercado que não conheceu inovação durante décadas, por isso, acreditamos que, para ter sucesso, é fundamental apostar na integração. O médico, a farmácia, os hospitais, os reguladores, as seguradoras de saúde, a indústria farmacêutica devem trabalhar em conjunto para ter sucesso, já que todos têm o mesmo objetivo: melhorar a saúde do doente”, explica Diogo Ortega.

Com um novo pedido de patente submetido, uma nova app. Agora, é possível adaptá-la às necessidades de cada doente e às especificidades de tratamento, integrar o dispensador com qualquer aparelho inteligente (smart advice), como medidores de tensão, e com qualquer tipo de software. Mais: a startup desenvolveu um algoritmo próprio que permite perceber quão em linha está a saúde das pessoas. Daí o novo nome.

“Mais que apoiar na toma de medicação, queremos garantir que os doentes crónicos têm uma forma eficaz de gerir a sua saúde independentemente da sua condição“, diz Diogo Ortega. E para isso quer capacitar o utilizador para a necessidade de manter a sua saúde em linha. “Nós trabalhamos e existimos para adicionar valor a todos os stakeholders da saúde, com o paciente no centro da equação”, acrescenta.

Line Health prepara entrada no mercado europeu

A tecnologia do dispensador e da app foi desenvolvida pela equipa da Line Health, com o contributo de mais de 200 doentes crónicos e o objetivo é que permaneça como algo invisível na sua vida, que se adapte às rotinas. Quem quiser testar a app em Portugal já pode fazê-lo. Basta contactarem a empresa ou preencherem este formulário.

A solução da Line Health cumpre com os requisitos norte-americanos para a protecção de informação sensível de saúde e os dados pessoais de cada utilizador são totalmente controlados por si. Por ser apenas um meio de diagnóstico, não precisa de aprovação da FDA (Food and Drug Administration, que controla os medicamentos e alimentos nos EUA) ou dos equivalentes europeus.

A startup, que já conta com oito elementos, tem uma parceria com a Universidade do Texas desde 2014, através do programa UTEN Portugal para preparar a entrada nos EUA. Neste momento, a Line Health já tem escritórios e parceiros locais em Austin, no Texas, e a equipa de gestão divide-se entre Austin e Lisboa.

Na Europa, a parceria com a Bayer permitiu um teste piloto em Berlim, em abril e maio de 2015, e estudam agora a entrada no mercado europeu. A sede da empresa mantém-se em Lisboa.