Vamos na rua e sentimos o olhar indiscreto de alguém. É invasivo e, por vezes, incómodo (pronto, nem sempre). Uma coisa é certa: a partir de agora nenhum desses olhares vai passar despercebido. E é a sua roupa que o vai alertar.
Chama-se “Caress of the Gaze” (ou, em português, Carícia de um Olhar) e é uma peça de roupa que muda de padrão de acordo com o movimento dos olhares alheios. As fibras inteligentes têm capacidade de se contrair e expandir através de uma câmara oculta que deteta o género, idade e direção do olhar de quem olha.
Caress of the Gaze from Pier 9 on Vimeo.
Não, não é roupa com vida, mas quase: trata-se de um material impresso em 3D com a função de se comportar como pele através de um algoritmo de reconhecimento facial. A ideia foi de Behnaz Farahi, uma arquiteta que que inspirou na elasticidade da pele para criar uma versão artificial deste órgão, tudo com base em “questões sociais, como a intimidade, o sexo e inclusivamente identidades”, como explicou a artista à BBC.
A moda da roupa inteligente veio para ficar, mas já não é nova. Ainda no ano passado, a Semana da Moda de Nova Iorque teve a presença de Yin Gao, a chinesa que desenhou roupa com peças metálicas que se moviam de acordo com a informação proveniente de sensores de som.
“Dinâmica e interativa”. É assim que Behnaz Farahi espera que a roupa seja num futuro próximo. “Neste sentido, a moda transforma-se num interface entre o corpo e o ambiente circundante. A moda pode facilitar novas formas de comunicação e melhorar as experiências”, define a artista que no passado já havia inventado um chapéu que se ilumina com a atividade cerebral.