Um grupo de investigadores norte-americanos da Universidade de Illinois está a desenvolver uma nova forma de transformar água salgada em água doce, potável. Segundo os cientistas, este novo método, descrito na Nature Communications, é melhor do que o usado atualmente.

A escassez de água potável é um problema à escala global e a única forma de o encarar passa por transformar água salgada — mais de 95 por cento de toda a água existente no planeta — em água doce. De acordo com a Quartz, o processo mais eficaz atualmente existente é a osmose inversa.

Na osmose inversa a água salgada é filtrada contra uma membrana de nano poros, isto é, composta por pequenos buracos invisíveis ao olho humano. O tamanho destes buracos é tão minúsculo que deixa passar apenas as moléculas de água (H2O), deixando para trás as impurezas e, claro, o sal. (Imagine duas câmaras separadas por essa membrana. Pressionando a água salgada contra o filtro obter-se-á água doce. Isso é, em traços gerais, a osmose inversa.)

Essa tecnologia explora as potencialidades do grfafeno, um dos materiais mais finos e resistentes alguma vez criados (é até conhecido como o material do século). No entanto, é cara e ainda bastante limitada. E é aqui que entra a nova proposta dos investigadores: utilizar uma membrana de dissulfureto de molibdénio (MoS2).

A solução parece paradoxal, tendo em conta que as membranas de grafeno são mais finas do que as de MoS2. Contudo, como explica a Quartz, sendo ligeiramente mais espesso, o filtro de MoS2 suporta uma pressão maior e o seu fabrico é mais fácil. E, por isso, este novo método poderá ser um passo largo no sentido de encontrar formas mais eficazes e economicamente viáveis de aumentar as nossas reservas de água potável.

Editado por Filomena Martins

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