Num artigo de opinião publicado quarta-feira pelo jornal económico alemão Handelsblatt, Christine Lagarde justificou a sua apreensão com o arrefecimento da economia chinesa, o aumento das taxas de juro nos Estados Unidos, a fragilidade no sistema financeiro de numerosos países e os problemas com a baixa do preço do petróleo, sobretudo para os países produtores.

“Tudo isto significa que o crescimento em 2016 será dececionante e desigual”, sustentou a diretora-geral do FMI.

Lagarde prevê que “as perspetivas a médio prazo serão igualmente sombrias, atendendo à fraca produtividade, à população envelhecida e à continuação da crise financeira mundial, que trava o crescimento”.

A mudança de postura do banco central norte-americano (Fed), que em meados de dezembro pôs fim à era das taxas zero, aumentou o preço do dinheiro, merece uma atenção particular da ex-ministra francesa no artigo publicado no jornal alemão. “A Fed está a fazer um exercício de equilibrismo: normalizar as taxas de juro e, ao mesmo tempo, afastar o risco de disfunção nos mercados financeiros”, argumentou.

De uma forma geral, mesmo fora do círculo das nações desenvolvidas, “os países estão mais bem preparados para lidar com o aumento das taxas de juro”, considerou.

“Muitos países endividaram-se, uma parte considerável dos quais em dólares”, recordou Christine Lagarde, advertindo que “as taxas de juro em alta e um dólar mais forte podem conduzir a um incumprimento de pagamentos por parte das empresas, que se pode propagar perigosamente aos bancos e aos Estados”.

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