São amigos desde que se conheceram, há 40 anos. Sérgio Godinho é o primeiro a dizer que o universo musical de ambos é só um cimento que une aquela amizade, Jorge Palma vai mais longe e com graça: “Se pudesse açambarcava as canções todas do Sérgio”. A amizade é isto, riso, boa disposição e uma cumplicidade que anda pelo ar, uma espécie de diálogo sem palavras. Ambos conhecem de cor as canções um do outro, este encontro é por isso uma partilha pública, quase uma formalidade, que toca nas memórias e nas emoções de várias gerações.

Juntos é um disco que resultou do espetáculo com o mesmo nome, gravado em setembro de 2015 no Theatro Circo, em Braga. A fórmula repete-se esta semana no Coliseu de Lisboa e na seguinte, no Coliseu do Porto, mas os artistas prometem um alinhamento diferente e uma surpresa no final. Serão pelo menos de duas horas sem interrupções, que vão cruzar os dois repertórios – Sérgio Godinho e Jorge Palma vão cantar composições um do outro. Disseram-nos que escolher não foi difícil, porque há canções obrigatórias e gostos pessoais antigos.

A entrevista que pode ver, em vídeo, no topo deste artigo, aconteceu esta terça-feira, no Estúdio Vale de Lobos (a casa-estúdio de Rui Veloso), no concelho de Sintra, no final do último ensaio antes dos espetáculos do Coliseu de Lisboa. O espaço estava à pinha: com Godinho e Palma estavam mais seis músicos, três de cada uma das bandas que os acompanham. Uma confusão muito afinada, pelo tom da experiência mas sobretudo pelo gozo e pela cumplicidade musical. Porque há sempre alguma coisa a dizer, esta é uma amizade que está para durar.

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