Primeiro, o governador do Banco de Portugal desaconselhou a resolução ao estilo BES para o Banif, mas bastariam oito dias para mudar de ideias. É isso que noticia o Público esta segunda-feira. Pelo meio houve um “chumbo” de Bruxelas.

“O Banco de Portugal entende que a solução que melhor permite lidar com a situação de crise financeira grave que o Banif enfrenta e que melhor garante a estabilidade financeira é a realização de uma operação de capitalização obrigatória com recurso ao investimento público”

Carlos Costa, num documento de 12 páginas, informou o novo Governo no início de dezembro que o Banif não tinha capacidades para “apresentar medidas que permitam retornar a níveis de solvabilidade acima do exigido”, algo que não poderia ser também garantido pelos acionistas privados do banco.

Costa preferia a injeção de dinheiros públicos, e defendia que não se repetisse uma resolução ao estilo Banco Espírito Santo. O Público diz ainda que o governador já havia feito a mesma sugestão a Maria Luís Albuquerque, a ex-ministra das Finanças, que rejeitou.

O novo Executivo liderado por António Costa, conta o mesmo artigo, sabia no entanto que a Comissão Europeia rejeitaria tal solução, por ser uma recapitalização de um banco à beira da falência com dinheiros públicos. O “chumbo” de Bruxelas coincidiu com a alteração de plano de Carlos Costa, que então, meros oito dias depois, já aceitava a resolução, pois não via “alternativa”.

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