As autoridades panamianas realizaram, esta terça-feira, buscas ao escritório de advocacia Mossack Fonseca no âmbito da investigação aberta na sequência da divulgação dos Panama Papers.

A polícia, com uma unidade de combate ao crime organizado, levou a cabo a rusga à sede da Mossack Fonseca “sem qualquer incidente ou interferência”, indicou a Procuradoria em comunicado, adiantado que operações semelhantes estavam em curso em filiais da empresa.

O objetivo passa por “obter documentação relacionada com as informações publicadas nos artigos noticiosos que estabelecem a eventual utilização da empresa em atividades ilícitas”, indicaram as autoridades panamianas.

A diligência de terça-feira foi a primeira do tipo levada a cabo pela Procuradoria no âmbito da investigação relacionada com os Panama Papers.

No passado dia 3, a procuradora-geral do Panamá, Kenia Porcell, anunciou a abertura de uma investigação devido ao escândalo global desencadeado com a divulgação de documentos da Mossack Fonseca e das suas operações na criação de empresas ‘offshore’ para que supostamente grandes fortunas pudessem escapar ao fisco dos seus países de origem.

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Esta investigação procura determinar se foi cometido em território panamiano algum ato punível no âmbito dos Panama Papers.

A maior investigação jornalística da história, divulgada há uma semana, envolve o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla inglesa), com sede em Washington, e destaca os nomes de 140 políticos de todo o mundo, entre eles 12 antigos e atuais líderes mundiais.

A investigação resulta de uma fuga de informação e juntou cerca de 11,5 milhões de documentos ligados a quase quatro décadas de atividade da empresa panamiana Mossack Fonseca, especializada na gestão de capitais e de património, com informações sobre mais de 214 mil empresas ‘offshore’ em mais de 200 países e territórios.

A partir dos Panama Papers, em inglês como já são conhecidos, a investigação refere que milhares de empresas foram criadas em ‘offshores’ e paraísos fiscais para centenas de pessoas administrarem o seu património, entre eles rei da Arábia Saudita, elementos próximos do Presidente russo Vladimir Putin, o presidente da UEFA, Michel Platini, e a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón.