O primeiro-ministro britânico, David Cameron, alertou para o eventual aumento do custo das hipotecas, em cerca de mil euros por ano, caso o Reino Unido vote no referendo a favor da saída da União Europeia, a chamada “brexit”.
“Quase todos os especialistas consideram que vai haver um impacto imediato sobre a economia se abandonarmos a União Europeia [UE] e há um perigo claro e presente do aumento das taxas de hipoteca”, disse o líder conservador ao jornal “Mail on Sunday”.
De acordo com a campanha a favor da permanência na UE, a análise do departamento do Tesouro do Reino Unido indica que a incerteza causada pela “brexit” pode afetar as condições de crédito e impulsionar as taxas de juro ao crédito à habitação.
Os dados do Tesouro indicam que as taxas de juro do crédito à habitação poderão aumentar de 1,5% para 2,2%, pelo que o pagamento mensal de um crédito médio poderá subir em cerca de 75 libras por mês (cerca de 95 euros), situando-se o aumento anual em cerca de 920 libras (cerca de 1.168 euros).
Além disso, quem comprasse a sua primeira casa pagaria cerca de 810 libras (1.028 euros) a mais por ano, o que dificultaria a entrada no mercado imobiliário no Reino Unido, segundo a campanha a favor da permanência na UE.
Por sua vez, o ministro das Finanças, George Osborne, disse ao jornal “The Sunday Times” que o “brexit” pode empobrecer o Reino Unido, causando volatilidade nos mercados financeiros e o aumento das taxas de hipoteca.
Mas já Matthew Elliott, diretor da campanha para o “brexit”, classificou estas afirmações como uma “tentativa desesperada” daqueles que não querem que o país abandone a União Europeia.
“Mesmo aqueles que fazem a campanha pela permanência admitiram que a economia vai crescer se votarmos a favor da saída (…), pelo que estas declarações sobre os créditos à habitação são o último ato de desespero da campanha pela permanência, que está a perder rapidamente os argumentos”, disse Elliott.
A economia é uma das questões que mais marcaram o debate na campanha para o referendo de 23 de junho, dia em que os britânicos decidirão se ficam ou saem da União Europeia, à qual aderiram em 1973.