Uma equipa de investigadores de 12 nacionalidades vai estar até agosto na zona de Leiria para participar em trabalhos de investigação arqueológica e tentar criar as bases para uma escola de campo internacional, a realizar no próximo ano.

De acordo com um comunicado do Município de Leiria, os investigadores estão envolvidos no projeto EcoPLis – Ocupação Humana plistocénica nos Ecótonos do Rio Lis, no âmbito do qual estão a ser desenvolvidos trabalhos arqueológicos, que arrancaram no dia 04 e que decorrem até 15 de agosto.

O EcoPLis – Ocupação Humana nos Ecótonos do Rio Lis é um projeto de investigação arqueológico conjunto entre a Universidade do Algarve, Câmara Municipal de Leiria e University of Tulane (EUA), que procura compreender os modos de vida e os rituais de morte das populações pré-históricas que habitaram a bacia do Rio Lis, especialmente durante o Paleolítico.

Iniciado em 2015, o EcoPLis registou no seu primeiro ano de atividade 45 novos sítios arqueológicos e iniciou escavações em quatro sítios arqueológicos já conhecidos.

“Este ano, os trabalhos obtiveram uma bolsa da fundação norte-americana Wenner-Gren destinada à investigação no Abrigo do Poço (Ribeira das Chitas, Ramalharia), em que se procura saber quais os modos de vida do dia-a-dia das populações paleolíticas neste afluente da bacia do Rio Lis”, informa o comunicado.

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Para além deste sítio, o projeto irá também continuar os trabalhos iniciados em 2015 no Abrigo da Buraca da Moira (Ribeiro dos Murtórios, Boa Vista) visando compreender os rituais de morte das populações da Pré-história recente.

“Em complemento serão continuados os trabalhos de prospeção, os quais visam a identificação de novos sítios em toda a bacia do Rio Lis”, acrescenta.

A equipa deste ano varia, até ao dia 15 de agosto, entre 12 e 17 elementos, correspondendo a um total de 34 pessoas (23 portuguesas e 11 estrangeiras), provenientes da Universidade do Algarve, Universidade de Coimbra, Tulane University (Estados Unidos da América), Universidade de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, Universidade do Porto, Universidade do Minho, Universidade da Cantábria (Espanha), Universidade Complutense de Madrid (Espanha), Escuela Superior de Conservación y Restauración de los Bienes Culturales de Galicia (Espanha) e Universidade West Boemia (República Checa).

“Dada a boa receção que o projeto tem tido nos meios internacionais, os trabalhos deste verão visam também criar as bases para se iniciar, em 2017, uma escola de campo internacional, a qual, caso se materialize, poderá permitir trazer ainda mais alunos estrangeiros para a investigação arqueológica na região de Leiria”, conclui.