O incêndio de Arouca, que chegou a São Pedro do Sul, Viseu, é o que mais preocupa a Autoridade Nacional de Proteção Civil, revelou este sábado o comandante operacional nacional, revelando que existem 15 incêndios ativos, cinco deles a merecer maior preocupação.

Em declarações aos jornalistas, numa conferência de imprensa na sede da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), o comandante operacional nacional, José Manuel Moura, adiantou que existem atualmente, ao nível dos incêndios florestais, 247 ocorrências, que envolvem 4.700 operacionais, mais de 1.200 meios técnicos, existindo 71 missões com meios aéreos.

Destas centenas de ocorrências, José Manuel Moura adiantou que 15 estão ativas e entre estas há cinco a merecer uma maior preocupação.

“O que merece preocupação maior, pelo envolvimento de operacionais, é ainda a ocorrência de Arouca, que, apesar de já ter estado dominado no final do dia de ontem [sexta-feira], teve uma reativação e uma orientação para são Pedro do Sul”, adiantou.

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De acordo com o responsável, no combate a este incêndio estão mais de 700 operacionais, com recurso a 200 veículos e 7 meios aéreos, seis dos quais aviões tipo Canadair. “É um combate que se está a revelar muito difícil e é a ocorrência neste momento a merecer a maior preocupação”, revelou.

Aveiro, Viana do Castelo e Vila Real com incêndios preocupantes

Além do incêndio em Arouca, as outras ocorrências que neste momento mais preocupam a Proteção Civil são as de Albergaria e Sever do Vouga, no distrito de Aveiro; Ponte de Lima, no distrito de Viana do Castelo, Alijó, distrito de Vila Real, e Salvaterra de Magos, em Santarém.

“Mantemos ativos 31 grupos de reforço balanceados do centro e sul do território nacional, a norte do Mondego, 32 pelotões militares e seis máquinas de rasto militares, temos o empenhamento da cooperação internacional, com dois Canadair de Marrocos, um de Itália, dois espanhóis, além dos três da Proteção Civil”, adiantou o responsável.

Questionado sobre para onde serão enviados os dois aviões russos que chegaram hoje, o comandante operacional nacional disse que será para a ocorrência que merecer maior preocupação, mas ressalvou que essa avaliação será feita durante a noite e que a decisão será tomada durante a madrugada. “A julgar pelo estado que temos a esta hora, tudo indicará que seja para São Pedro do Sul”, apontou.

Relativamente ao cenário expectável para os próximos dias, o responsável disse que se mantém o risco de incêndio, e que não há nenhum desagravamento até segunda-feira, dia 15, mantendo-se o estado de alerta especial ao nível laranja.

Quanto aos planos de emergência, José Manuel Moura disse que o plano distrital de Viana do Castelo já não está ativo, mantendo-se o do distrito de Aveiro e alguns municipais, como Águeda ou Arcos de Valdevez.

Questionado sobre os aviões C130 da Força Aérea e sobre se seriam vantajosos no combate aos incêndios, o comandante operacional nacional escusou-se a fazer qualquer comentário, dizendo apenas que essa tipologia não faz parte do dispositivo.