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Drones, túneis e frigoríficos explosivos. As estratégias do Estado Islâmico para proteger Mossul

Este artigo tem mais de 5 anos

A ofensiva a Mossul, que tem como objetivo recuperar o controlo da segunda maior cidade do Iraque, tem tido sucesso. Mas o Estado Islâmico tem usado diversas estratégias para tentar sobreviver.

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AFP/Getty Images

AFP/Getty Images

A ofensiva a Mossul, o último bastião do Estado Islâmico no Iraque, começou há mais de uma semana e, apesar dos avanços notórios já registados pelas forças iraquianas e pela coligação internacional, o Estado Islâmico está a utilizar estratégias diversas para resistir. O exército iraquiano, apoiado por várias milícias e pelos peshmerga curdos, já conseguiu libertar 78 vilas das mãos dos extremistas, e já foram mortos cerca de 800 terroristas do Daesh, segundo números desta segunda-feira avançados pela CNN.

Os cerca de 90 mil soldados da coligação têm encontrado, contudo, algumas dificuldades pelo caminho. Numa luta consideravelmente assimétrica, o Estado Islâmico usa as estratégias que lhe restam para tentar infligir danos nas forças que se aproximam da segunda maior cidade do Iraque — e capital do Daesh naquele país.

Fogueiras tóxicas

Os militantes do Estado Islâmico têm incendiado depósitos de petróleo para produzir nuvens intensas de fumo negro que dificultem a visibilidade e impeçam os raides aéreos na cidade. Outro alvo destes incêndios são as reservas de enxofre, onde têm sido colocados explosivos. Na última quinta-feira, um armazém perto de Qayyara foi incendiado. O fogo durou vários dias e as nuvens tóxicas levaram centenas de pessoas aos centros de saúde.

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Artefactos explosivos improvisados

O Estado Islâmico passou vários meses a preparar as estratégias de receção às tropas iraquianas. Para chegar ao coração de Mossul, os soldados terão de atravessar várias linhas de defesa compostas por uma série de dispositivos explosivos improvisados (IEDs, a sigla em inglês).

As autoridades iraquianas descobriram duas fábricas de construção de bombas artesanais e conseguiram detonar de forma controlada cerca de 400 dispositivos. Ainda assim, há muitas a funcionar. De acordo com Bajat Mzuri, líder de uma brigada das Zeravani, forças especiais curdas, mais elementos daquela unidade morreram em explosões destes artefactos improvisados do que no próprio campo de batalha.

https://twitter.com/ebnbatota/status/789166880699224064

“Colocam-nos na estrada, nas casas. Libertámos uma aldeia em que eles estão em todo o lado. As pessoas regressam a casa, abrem uma porta ou um frigorífico e explode”, conta à CNN o responsável. Os extremistas transformaram estes dispositivos na sua principal arma, escreve o El Mundo, que ouviu o porta-voz das tropas iraquianas. “Os artefactos explosivos são o maior contratempo da operação, mas aprendemos com as ofensivas a Faluja e Tikrit”, esclarece Ali al Dajalki.

Missões suicidas

Os veículos equipados com explosivos também têm sido utilizados pelo Estado Islâmico para, em missões suicidas, explodir no meio da cidade e junto às tropas iraquianas. De acordo com informações das tropas iraquianas, já foram destruídos 127 veículos desde o início da ofensiva, só com ataques suicidas. São também usados cintos de explosivos.

Militantes do Estado Islâmico escolhem quem irá conduzir um veículo explosivo numa missão suicida

Túneis

É outra das estratégias utilizadas pelo Estado Islâmico para defender Mossul — os extremistas construíram uma rede de túneis que lhes permite fugir e movimentar material ao longo de distâncias grandes sem serem detetados.

Segundo a CNN, a rede de túneis permite aos militantes do Daesh atacar de surpresa, nomeadamente aparecendo em locais inesperados e começando os tiroteios. Há também registos de ataques suicidas feitos a partir de túneis.

Um vídeo mostra o interior de um túnel encontrado pelos Peshmerga depois de terem libertado a aldeia de Badana

Manobras de distração

Para tentar dividir as tropas da coligação durante a ofensiva, o Estado Islâmico tem levado a cabo vários ataques contra outros locais no Iraque. O mais recente foi o ataque à cidade de Kirkuk, primeiro na sexta-feira, e depois no domingo. A cidade de Rutba, bastante longe de Mosul, também foi atingida por um ataque, apesar de já ter sido tomada ao Estado Islâmico em maio.

Estes ataques têm preocupado as forças iraquianas sobretudo porque mostram o poder das células adormecidas do Daesh, que coloca em causa a estabilidade dos territórios que já foram recuperados.

Execuções

Alguns canais de informação iraquianos dão conta de que os militantes do Estado Islâmico executaram cerca de 40 pessoas que apoiaram a chegada das tropas iraquianas à vila de Nimrud, perto de Mossul. Estas execuções servem de retaliação pelo avanço da ofensiva rumo a Mossul, e o Estado Islâmico já terá mesmo conseguido tomar novamente o controlo de algumas das vilas que já tinham sido recuperadas.

Após a recuperação da vila, as forças iraquianas seguiram em frente e não deixaram agentes a garantir a segurança da população. Os extremistas terão aproveitado essa situação para se vingarem da aldeia, através de um conjunto de execuções.

Escudos humanos

Segundo a ONU, o Estado Islâmico já terá utilizado pelo menos 550 famílias como escudos humanos. É uma das principais armas potenciais dos extremistas, que estão a tentar impedir as populações de Mossul e das aldeias circundantes de fugir.

Zeid Ra’ad Al Hussein, o alto-comissário da ONU para os direitos humanos, acrescenta que há o perigo de que o Estado Islâmico use “não apenas estas pessoas vulneráveis como escudos humanos, mas que também opte por as matar em vez de as ver libertadas”, segundo a CNN.

Drones

O Estado Islâmico também tem usado drones como forma de deixar explosivos nas zonas onde estão as forças iraquianas. A tecnologia utilizada pelos militantes do Daesh não se compara aos drones enviados pelos Estados Unidos, mas tem sido suficiente para o efeito pretendido.

As forças iraquianas têm conseguido tomar o controlo de alguns dos drones para os recolher sem explodir, mas alguns têm chegado ao destino.

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