O representante da União Europeia (UE) em Moçambique defendeu esta quinta-feira a necessidade de uma abordagem integrada para a execução dos objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU e apontou a divulgação de informação como uma prioridade.
Falando durante uma conferência em Maputo no âmbito da Semana da União Europeia, Sven von Burgsdorff disse que o cumprimento dos objetivos do desenvolvimento da ONU, incorporados no Plano Quinquenal do Governo em 2015, passa pela adoção de uma estratégia multissetorial para que o compromisso seja assumido aos níveis nacional, regional e comunitário.
“Precisamos de grupos de trabalho dentro dos próprios ministérios que reflitam sobre os desafios que temos dentro do Plano Quinquenal do Governo para realmente cumprirmos a meta [2030]”, frisou o embaixador da UE, destacando a necessidade de envolvimento da sociedade civil, académicos, parceiros internacionais e empresários na disseminação e discussão dos objetivos.
Entre os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável assumidos por Moçambique, destacam-se a erradicação da pobreza extrema, que afeta cerca de metade da população, a promoção de uma sociedade pacífica, um ponto ameaçado atualmente pela crise política que opõe Governo e o maior partido de oposição, e a eliminação das desigualdades de género.
Para Sven von Burgsdorff, a disparidade do nível de vida em Moçambique, um dos desafios dos objetivos de desenvolvimento sustentável, só será superada com a adoção de uma estratégia conjunta e que valoriza a justiça social.
“Perto de 50% da população não sabe escrever e isso torna o desafio maior ainda”, referiu o diplomata, observando que é importante que a língua e a cultura sejam usadas para a promoção destes objetivos, na medida em que o povo precisa de conhecê-los.
“O trabalho é ainda muito grande”, segundo o diplomata, que manifestou, no entanto, otimismo e abertura da UE para ajudar Moçambique.