O Banco de Portugal confirmou nesta sexta-feira ter recebido cinco propostas de compra do Novo Banco “no âmbito dos dois procedimentos de venda”, através da alienação direta a investidores estratégicos ou por via da dispersão do capital no mercado, o “plano B” da operação que se encontra em curso. A instituição anunciou que as manifestações em causa vão, agora, ser analisadas “à luz dos critérios estabelecidos nos respetivos cadernos de encargos, divulgados no passado mês de abril”.

A Lone Star e o BCP fizeram chegar ao Banco de Portugal propostas para a aquisição do Novo Banco, de acordo com o Jornal de Negócios. O novo prazo para a entrega de manifestações de interesse na instituição que resultou da resolução do Banco Espírito Santo (BES) terminou nesta sexta-feira, pelas 17h00.

Na corrida ao Novo Banco, na segunda tentativa de alienação, também foram entregues manifestações por parte dos fundos Apollo e Centerbridge, associados no processo, e da China Minsheng Financial Holding. O BPI ficou de fora, refere o Público citando uma fonte do supervisor, mas adiantando não haver confirmação oficial desta informação.

O BCP terá apresentado uma carta de intenções que não constitui uma proposta fechada e vinculativa, segundo o Jornal de Negócios, ao contrário daquilo que sucede com a Lone Star, empresa gestora de fundos de investimento fundada em 1995, que administra, atualmente, ativos no valor de 65 mil milhões de dólares [58 mil milhões de euros] e está envolvida em projetos imobiliários e turísticos em Vilamoura. A Lone Star comprou o empreendimento algarvio em março de 2015.

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Esta segunda tentativa de venda do Novo Banco já teve vários prazos para ser fechada, mas acabou por ir derrapando do final de julho para esta sexta-feira, 4 de novembro, pelo facto de as propostas apresentadas ao Fundo de Resolução se terem revelado vagas e não responderem às pretensões do Banco de Portugal. O processo está a ser conduzido por Sérgio Monteiro, secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações entre 2011 e 2015, durante o primeiro Governo liderado por Pedro Passos Coelho.

O mandato do ex-governante foi, nesta segunda-feira, prolongado por três meses, com a possibilidade de vir a ser renovado por períodos sucessivos de um mês “até ao máximo de mais três meses”, conforme foi comunicado pelo Banco de Portugal. “O prolongamento do contrato de prestação de serviços é essencial para garantir a continuidade na direção da equipa operacional, que, no Banco de Portugal, coordena o processo de venda [do Novo Banco], que se encontra numa fase crucial”, explicou a instituição liderada por Carlos Costa.

A resolução do BES custou 4.900 milhões de euros, 3.900 dos quais injetados pelo Fundo de Resolução tendo ficado o restante valor a cargo do sistema financeiro. As perspetivas de que a venda venha a render uma soma equivalente ou, sequer, próxima daquele número são consideradas nulas. Nos tempos mais recentes, um dos fatores que mais peso terá exercido na desvalorização do Novo Banco foi o anúncio do aumento de capital da Caixa Geral de Depósitos, que exigirá um esforço direto de 2,7 mil milhões de euros por parte do Estado.