O ministro da Economia e Emprego de Cabo Verde, José Gonçalves, admitiu esta segunda-feira que o plano de reestruturação da transportadora aérea TACV vai implicar despedimentos, mas não confirmou números avançados pela imprensa do país.

“Estamos a analisar todos os fatores para assegurar que a TACV possa operar em condições de sustentabilidade e rentabilidade. Se isto tem de passar pela redução do pessoal, também vamos ter de ver isso, assim como a melhoria da frota”, disse o ministro.

José Gonçalves, que falava à imprensa após um encontro com elementos do grupo turístico alemão TUI, não adiantou o número concreto de trabalhadores que serão despedidos da companhia de bandeira cabo-verdiana, mas a imprensa do país escreve hoje que serão 150.

“Não confirmo número de pessoas que serão despedidas porque neste momento há várias análises a serem feitas. O que posso confirmar é que a redução do pessoal é uma indispensabilidade, mas não é despedimento tout-court”, assegurou, garantindo que o Executivo já está à procura de recursos para indemnizar os trabalhadores dos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV).

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“Sabemos que neste momento mais vale menos pessoas, mas mais motivadas, mais bem enquadradas, do que ter excesso de pessoal que só nos leva a uma situação de insustentabilidade da empresa”, mostrou.

Segundo José Gonçalves, a TACV está a passar por “momentos difíceis” em termos de modelo de negócio e por causa das suas necessidades e é o Tesouro que tem estado a manter a companhia a operar através de grandes transferências mensais.

A companhia área, com mais de 50 anos, é detida a 100 por cento pelo Estado, custa um milhão de euros por mês aos contribuintes cabo-verdianos e, desde 2012, tem uma dívida de mais de 10 milhões de euros.

Segundo o ministro, enquadrado no plano de reestruturação, a companhia deverá apresentar “soluções concretas” até ao primeiro trimestre do próximo ano, para poder respeitar os compromissos assumidos com os parceiros internacionais.

“Os parceiros já estão desgastados com o facto de que há mais de 20 anos que se fala em reestruturação. Agora querem ver uma solução e nós dependemos desses parceiros que são os nossos financiadores”, sublinhou o governante.

Depois das mudanças na empresa, José Gonçalves disse que o Governo vai procurar um “parceiro sério” para privatizar a única companhia aérea do arquipélago, que, considerou, deve adequar às novas dinâmicas do mercado “altamente concorrencial”.