A venda de peixe fresco pelos pescadores artesanais da ilha de Luanda, das mais emblemáticas da capital angolana, vai deixar de ser feita em bancas improvisadas e sem condições de higiene, passando a fazer-se num centro único.

Em causa está o novo Centro de Apoio à Pesca Artesanal (CAPA) da ilha de Luanda, inaugurado esta quinta-feira pelo Governo angolano, e que, entre outras valências, conta com dois mercados e 153 bancas para serem ocupadas pelas mulheres que vendem o peixe fresco pescado ao largo da capital.

“O centro vai servir como ponto de descarga para os pescadores artesanais e terá no interior as senhoras para fazer a venda. A ilha tem muitos pontos de desembarque e venda, mas sem as condições higiénicas, por isso este centro vai ser importante para os pescadores”, disse à Lusa o diretor-geral do Instituto da Pesca Artesanal e Aquicultura, NKosi Luyeie.

Só em Luanda estima-se a existência de mais de 1.000 embarcações de pesca artesanal, grande parte concentrada na tradicional ilha de Luanda, ligada ao continente, e à cidade, por um pequeno cordão de terra, e que ainda hoje é um ponto obrigatório para a compra de peixe fresco.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O novo centro terá disponíveis duas câmaras de conservação, com capacidade total de 60 toneladas, uma fábrica de gelo em escama, um túnel de congelação de 10 toneladas, bem como uma ponte-cais para atracagem de embarcações da pesca artesanal e um posto de abastecimento de combustível.

“Além da conservação do peixe fresco, também permitirá aos pescadores ter tudo o que precisam perto, deixando de andar a carregar bidons de combustível para as embarcações”, acrescentou NKosi Luyeie.

O CAPA da ilha de Luanda vai criar 175 postos de trabalho diretos, sendo o terceiro centro do género a ser inaugurado em Luanda e resulta de investimento totalmente estatal. No país há mais nove centros nas restantes províncias do litoral, casos de Cabinda, Zaire (dois), Bengo, Benguela (dois), Cuanza Sul e Namibe (dois).

De acordo com o diretor-geral do Instituto da Pesca Artesanal e Aquicultura, vai avançar a construção de mais quatro destes centros, já lançada a concurso no âmbito de um projeto de apoio à pesca artesanal, financiado em 30 milhões de dólares (27,5 milhões de euros) pelo Bando Africano de Desenvolvimento, e com 10 milhões de dólares (9,1 milhões de euros) de comparticipação pelo Estado angolano.

Serão localizados nas zonas de pesca de Egipto-Praia (Benguela), Salinas (Cuanza Sul) e no Bengo (Ambriz e Yembe), precisou NKosi Luyeie.