O governo da Colômbia e a guerrilha rebelde FARC chegaram este sábado a um novo acordo de paz, em mais uma tentativa para pôr fim a um conflito armando que dura há mais de 50 anos. Há pouco mais de um mês, a 2 de outubro, o anterior acordo de paz foi chumbado em referendo pelos colombianos. Mas por pouco. O novo acordo — que tal como o anterior foi assinado pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e pelo líder das FARC, Rodrigo Londoño — inclui algumas reivindicações feitas anteriormente pelos defensores do “não”.

Segundo um comunicado assinado pelas FARC e pelo governo colombiano, divulgado este sábado, o novo acordo de paz contém mudanças, precisões e contribuições de vários setores da sociedade, revistos um a um”. “A construção de uma paz estável e duradoura, objetivo a que responde este novo acordo, deve ser o compromisso comum de todos os colombianos que contribua para ultrapassar a divisões e que recolha todas as expressões políticas e sociais”, refere.

O documento, lido em Havana pelos representantes dos países mediadores do processo, Cuba e Noruega, refere que o acordo final é uma “resposta ao clamor dos colombianos para concretizar o desejo de paz e reconciliação”. Os negociadores convidam ainda “toda a Colômbia e a comunidade internacional, sempre solidária na procura da reconciliação, para acompanhar e apoiar” o novo pacto “na sua pronta aplicação para deixar no passado a tragédia da guerra”.

O acordo foi assinado pelos líderes das delegações de negociadores do governo da Colômbia, Humberto de la Calle, e das FARC, “Iván Márquez” (como é conhecido Luciano Arango). As duas delegações mantiveram nove dias de intensas negociações em Havana – sede das negociações de paz durante os últimos quatro anos — para alcançar um novo consenso para “conseguir uma paz estável e duradoura”.

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De acordo com o El País, horas antes do anúncio do novo acordo, o ex-presidente colombiano e principal rosto do “não” ao acordo, Álvaro Uribe, tinha comunicado no Twitter que Juan Manuel Santos tinha pedido para se encontrar com ele com urgência. Depois do encontro, Uribe revelou que pediu ao atual presidente para não fechar o texto como definitivo sem que os outros rostos do “não” e as vítimas das FARC o conheçam. Também este acordo terá de ser submetido a escrutínio popular.

Juan Manuel Santos foi, entretanto, laureado com o prémio Nobel da Paz, pelos esforços que tem feito para pôr fim a um conflito que dura há meio século, que terá provocado mais de 260 mil mortos, bem como o deslocamento de mais de seis milhões de pessoas.

Atualizado pela última vez às 9h46 de 13/11