É um projeto ambicioso mas que pode mudar para sempre a face dos países menos desenvolvidos. O Facebook está a tentar mapear as falhas no acesso à Internet por todo o mundo. A premissa é clara: identificados esses territórios, será possível adotar medidas permitam fazer chegar a Internet a (quase) todos os pontos do globo.

A história mereceu o destaque da Quartz, que explica como o gigante dos social media celebrou uma parceria com a Universidade de Columbia para levar a cabo este gigantesco empreendimento. O objetivo da investigação é criar um sistema de dados aberto e acessível a todos, que reúna informações demográficas, sobre a infra-estrutura existente e o grau de penetração da Internet. O próximo passo será identificar as lacunas e perceber como podem ser corrigidas.

Alguns dos primeiros mapas (e respetivas conclusões) já foram divulgados pela Universidade de Columbia e podem ser consultados na íntegra aqui. Os pontos mais a vermelho identificam as zonas onde a Internet tem maior penetração.

Pretoria AS A cidade de Pretória, África do Sul
GANA Acra, Gana
Malawi Lilongwe, Malawi

Para já, os investigadores conseguiram chegar a uma conclusão muito relevante: apesar de 50% da população dos países analisados viver em áreas urbanas, quase toda a população, mais concretamente 99% da população, vive nas periferias, a cerca de 63 quilómetros dos centros urbanos.

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Isto significa, adianta a Quartz, que os desenvolvimentos das infraestruturas que venham a existir devem passar por uma aposta forte nos serviços móveis, um sistema mais adequado e capaz de fazer chegar a Internet a pessoas que vivem mais longe das cidades, por oposição ao Wi-Fi – que exige uma ligação por cabo, ou seja, a instalação de uma rede fixa.

O programa, liderado pelo Connectivity Lab do Facebook, em parceria com a Universidade de Columbia e com o Banco Mundial, está a ser conduzido com a ajuda de imagens satélite, dados demográficos e os conhecimentos adquiridos pelo programa Living Standards Measurement Study, que se dedica a melhorar o tipo e a qualidade dos dados recolhidos pelos serviços de estatística dos países menos desenvolvidos.

Este não é o primeiro projeto lançado pela Facebook com o objetivo de levar a Internet aos vários pontos do globo. Os progressivos avanços tecnológicos nesta área seriam, naturalmente, uma vantagem para a multinacional de Mark Zuckerberg — mais Internet, mais utilizadores. Mas essa seria apenas uma face da moeda, há nestes projetos também um lado filantropo: o potencial de desenvolvimento destes países com ligações de Internet eficazes é incomensurável.