Depois de ter sugerido a criação de um novo imposto para pagar os juros da dívida pública, Rui Rio defende-se, em entrevista ao Público, das críticas de que foi alvo, sublinhando que não leu “nenhuma objeção inteligente a esta ideia”, e que “a maioria das pessoas nem tentou entender a questão”. O antigo presidente da câmara do Porto sublinhou ainda que com a aplicação da ideia que sugeriu, enquanto moderava um debate dedicado à fiscalidade no Orçamento do Estado, “ao contrário do que alguns maldosamente insinuaram, nenhum cidadão iria pagar mais impostos”.

Para Rui Rio, a medida seria sobretudo uma forma de aumentar a transparência. “Hoje os cidadãos pagam através desses impostos [IVA, IRS e IRC] cerca de 8,3 mil milhões de euros de juros da dívida pública”, explica o antigo autarca, o que faz com que os portugueses paguem mais “sem se aperceberem diretamente dessa verba”. Por isso, se tivessem “consciência da brutalidade que estão a pagar em juros”, os portugueses “seriam os primeiros a pressionar o Governo para termos contas públicas equilibradas”, defende Rio, que tem sido um dos nomes mais falados para a sucessão de Passos Coelho.

O antigo presidente da câmara do Porto criticou ainda os “comentários e notícias que foram saindo, principalmente nas redes sociais”, que não conseguiram, no entender de Rio, apontar críticas “inteligentes” à proposta. “Mas ela também tem desvantagens, e se quem a critica não as sabe identificar, eu próprio dou uma ajuda”, afirmou Rui Rio, sublinhando que “a enorme transparência fiscal que este imposto traria pode criar condições para que os movimentos de perfil populista comecem a explorar mais facilmente a ideia do não pagamos”.

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