Há um novo capítulo da saga mais popular do cinema. “Rogue One: Uma História Star Wars” é um novo passo na exploração da marca “Star Wars” no cinema. É a primeira vez que estreia uma história que se separa da saga principal mas que pertence ao vasto universo desenvolvido desde meados da década de 1977 e que se tem espalhado de todas as formas na cultura popular, desde livros, séries de televisão, videojogos, etc. “Rogue One” entra no campeonato “Anthology”, conceito que não será estranho para quem vê séries como “True Detective” ou “Fargo”. Serão filmes que contarão histórias “Star Wars”, que criam ligações com a saga principal, mas que serão totalmente independentes. É uma trilogia que acontecerá nos anos de intervalo da terceira trilogia, depois deste “Rogue One” estrearão outras histórias em 2018 e 2020.

“Rogue One” anda à volta da captura dos planos da Estrela da Morte, por isso pode-se enfiá-lo cronologicamente um pouco antes de “Uma Nova Esperança”, o quarto episódio da saga, que foi o primeiro a chegar aos cinemas em 1977. Desde a sua criação que “Star Wars” esteve sempre em expansão. Para muitos dos mortais isso passa ao lado, o que interessa são os filmes. A Disney soube disso quando adquiriu a marca “Star Wars” em 2012 e rapidamente surgiram confirmações de que não iria exactamente respeitar alguns dos cânones já existentes no universo.

Há quem fique chateado, há quem seja indiferente. Mas também é verdade que com o aparecimento de um novo filme nasce sempre o bichinho de explorar mais “Star Wars”, seja meter as mãos ao trabalho e jogar um videojogo ou cometer uma extravagância e comprar um dos milhares de objectos/brinquedos que existem no mercado. E há muito por onde escolher para saciar a vontade nos próximos dias.

Elena Ferrante? Vá lá, é Natal. Descontraia, leia um livro Star Wars

James Luceno é um nome recorrente no mundo dos livros de Start Wars e é responsável por um livro que serve para acompanhar a história de “Rogue One”. Catalyst: A Rogue One Novel, que não está traduzido mas pode ser adquirido na Fnac, é uma espécie de prequela para o filme, introduzindo algumas personagens e as suas histórias e, claro, também dá algum ênfase aos planos de construção da Estrela da Morte.

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Se quer dominar algumas conversas no escritório, aconselha-se a leitura. Se quer ir ainda mais fundo, aconselha-se também a leitura de “Death Star”, de Michael Reaves e Steve Perry, que conta mais em detalhe os planos em volta da “Estrela da Morte”. Não está directamente ligado a “Rogue One” mas dá-lhe alguma informação sobre os rebeldes.

Game on!

Desde o início dos anos 1980 que existem jogos em volta do universo Star Wars. George Lucas aproveitou a crescente popularidade desta forma de entretenimento para expandir a marca. Existem alguns bons jogos ao longo de quatro décadas, mas para bem de toda a gente, é melhor concentrar em alguns títulos mais ou menos recentes que ainda se conseguem jogar e arranjar sem grande dificuldade. “Knights Of The Old Republic” saiu em 2003 para Xbox e PC e é, ainda hoje, um dos melhores RPGs dentro do universo. Aliás, é um dos melhores RPGs, ponto. Desenvolvido pela Bioware (responsável posteriormente pela série “Mass Effect” e “Dragon Age”), a história desenrola-se cerca de 4 mil anos (!!!!) antes da formação do Império Galáctico.

Com “Rogue One” vai-se ficar com o bichinho para pilotar um X-wing. “Star Wars Rogue Squadron II: Rogue Leader” (2002), para a velhinha Gamecube (o jogo também funciona em alguns modelos da Nintendo Wii), é do melhor que se pode arranjar para satisfazer esse desejo. Os gráficos já não deixam ninguém boquiaberto, mas o entretenimento é garantido. Por falar em entretenimento, os jogos da Lego para as consolas são sempre divertidos e óptimos para passar o tempo quando se está aborrecido. Existe imenso por onde escolher, mas “Lego Star Wars: The Force Awakens” é o mais recente e está disponível em várias plataformas.

A cereja em cima do bolo, actualmente, é o incontornável “Star Wars Battlefront”, lançado no ano passado para Playstation 4, Xbox One e PC, um FPS que coloca o jogador em diversos cenários de batalha e que o deixa controlar uma série de personagens e veículos. E se acha que não há razões para jogar um jogo do ano passado, bem, acabou de ser lançado “Rogue One: Scarif”, uma expansão para “Battlefront” com uma série de personagens e cenários de “Rogue One”. E como está a acompanhar os tempos, também inclui opções de realidade virtual, para dar uso àquele capacete fabuloso de 400 euros que está na sala.

Também há bonecada

Existem algumas séries de animação em volta de “Star Wars” e, como não há tempo para tudo, ficam duas, que ainda por cima são bem boas e uma delas até se encaixa com este “Rogue One”. “Star Wars: The Clone Wars” teve seis temporadas (2008-2014) e conta uma imensidão de histórias entre os filmes “O Ataque Dos Clones” e “A Vingança dos Sith”.

Vale a pena, mas se calhar seis temporadas fazem mal ao estômago. Por isso aproveitando o elã provocado por “Rogue One”, porque não começar a ver “Star Wars Rebels”? Ainda só vai na terceira temporada, a série até passa no Disney Channel e acontece exactamente à volta dos mesmos anos do filme que estreia amanhã.

Mas tenho mesmo de levar isto a sério?

Não. Porque nem tudo é aceitável no universo de “Star Wars”. Quem não se lembra daqueles filmes dos Ewoks, aquelas criaturas queridas e igualmente insuportáveis de “O Regresso de Jedi”, que de vez em quando davam na televisão e enganavam o miúdo mais ingénuo como “um filme d’A Guerra das Estrelas”? Se não se lembra, ainda bem.

https://www.youtube.com/watch?v=S3a5j8PgQxg

E sim, filmes, porque existem dois (e foram directos para televisão), “Star Wars: Uma Aventura Ewoks – A Caravana da Coragem” (1984) e “Star Wars: Uma Aventura Ewoks – A Conquista de Endor” (1985). Mas a cereja em cima do bolo será para sempre o “Star Wars Holiday Special”, um especial de Natal que surpreendeu muitas casas em 1978 por ser tão mau. Tão mau que nunca mais voltou a passar na televisão e nem foi lançado em vídeo. Graças a Deus que existe internet.

Uma História da Galinha

A série “Robot Chicken” não passou em Portugal mas faz algumas das melhores paródias ao universo “Star Wars”. Seth Green e Matthew Senreich esmeram-se nos seus sketches em volta da criação de George Lucas e oferecem uma série de respostas a coisas interessantes. Como, por exemplo, como é que o Imperador Palpatine soube da destruição da Estrela da Morte ou a verdadeira história de Boba Fett.

São dezenas de sketches, quase todos eles muito bons. A maioria pode-se ver no YouTube, mas se tiver menos ganas de ter a coisa organizadinha, pode comprar tudo na Amazon.

Decore a casa, surpreenda novas visitas

Há uma série de razões para ter objectos de “Star Wars” em casa. Eles contam uma história, dizem algo sobre si, e podem também servir de filtro para pessoas que interessam e as que não interessam. Imagine que leva companhia para casa e que tem uma enorme Estrela da Morte feita em Legos pendurada no tecto da sala. Consegue ver as conversas que isso pode despoletar? Fica a dica, diga que a desmonta e monta cada que leva um não, seguido de “só a montei uma vez”. Quer ir mais além? Porque não uma réplica do Han Solo em carbonite instalada mesmo à frente da sua cama? Dica? Diga que, tal como o Han Solo, quer que aquele momento fique parado no tempo.

han solo