Depois da parceria anunciada em Maio último, o gigante tecnológico Google e o grupo automóvel Fiat Chrysler Automobiles (FCA) acabam de revelar, apenas sete meses após o início dos trabalhos, àquela que será a versão de produção do seu carro autónomo. Modelo do qual vão ser produzidos, numa fase inicial, apenas 100 unidades.

Tendo por base o monovolume Chrysler Pacifica – proposta que nos Estados Unidos veio substituir o conhecido Voyager, outrora já comercializado em Portugal –, as exigências decorrentes da tecnologia de condução autónoma obrigaram, no entanto, a alterações face ao modelo original. Tanto no exterior, como no interior. Exteriormente, por exemplo, as imagens agora divulgadas mostram não somente os pára-choques dianteiro e traseiro com vários sensores, como também uma série de alterações no tejadilho, devido à adopção de vários sistemas tecnológicos e de electrónica necessários ao funcionamento da condução autónoma. A qual, segundo avança a Auto Express, terá de ser sempre operada sob supervisão, ou seja, com o suposto condutor no interior.

De resto, as alterações operadas no Pacifica resultam de um trabalho conjunto dos engenheiros da Google com os técnicos da FCA, naquela que foi também a primeira vez que tal aconteceu. Até aqui, e apesar dos inúmeros testes feitos com os mais diferentes veículos, nunca a Google havia trabalhado de forma conjunta com um fabricante automóvel tradicional.

Quanto à escolha do Chrysler Pacifica como base para o seu carro autónomo, tem a ver com o facto de a tecnológica ter desde sempre mostrado preferência por monovolumes ou “minivans” neste seu projecto. Desde logo, por entender que o carro autónomo deve competir mais com o transporte público, do que propriamente com os veículos particulares. Aliás, nas suas tomadas de posição públicas, a Google destacou os aspectos práticos como os principais motivos para a escolha do Chrysler Pacifica, nomeadamente por permitir não só a instalação de toda a tecnologia de condução autónoma, como uma maior facilidade de utilização por parte dos passageiros.

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Recorde-se que o actual Chrysler Pacifica é um modelo extremamente recente – foi apresentado no último Salão Automóvel de Detroit–, além de versátil e funcional. Na versão original, conta, por exemplo, com ecrãs com entradas HDMI para os lugares traseiros e um ecrã de 8,4″ com sistema de infoentretenimento Uconnect no tablier, além de um aspirador (opcional) na segunda fila de bancos.

Segundo as informações agora divulgadas, o Chrysler preparado pela Google e pela FCA para a condução autónoma vai receber uma motorização híbrida, combinando um V6 de 3,6 litros a gasolina com um motor eléctrico com bateria de 16 kWh, garantindo assim uma utilização em modo exclusivamente eléctrico até um máximo de, sensivelmente, 48 quilómetros.

Embora não seja ainda conhecida a data em que vão arrancar os testes de estrada com o novo veículo, tudo aponta para que, agora que a versão final do automóvel foi revelada, seja possível ver nos próximos meses, pelo menos, algumas unidades a circular nas estradas norte-americanas.