A primeira análise da caixa negra do avião militar russo que se despenhou no domingo no Mar Negro aponta para um erro de pilotagem como a causa mais provável do acidente, afirmou esta terça-feira uma fonte próxima da investigação.
Foi concluída a análise preliminar à caixa negra. Permitiu-nos concluir como prioritária a versão do erro de pilotagem como a causa do acidente”, declarou a fonte citada pela agência russa Interfax.
Outra fonte contactada pela agência de notícias russa explicou que “segundo dados preliminares, falharam os ‘flaps’ das asas do avião — dispositivo na parte traseira da asa de uma aeronave que, através de uma superfície que se estende, se abaixa ou se curva, altera a forma da asa e as suas características aerodinâmicas para momentos diferentes do voo — e, como resultado da falha, o aparelho perdeu força de elevação”.
Peritos consultados pelo diário russo Kommersant também apontam para um erro de pilotagem como a causa mais provável do acidente que fez 92 vítimas mortais.
O TU-154 do Ministério da Defesa russo despenhou-se no domingo, dois minutos e 44 segundos após a sua descolagem do aeroporto de Sochi, na costa do Mar Negro. Tinha como destino a base russa de Hmeimim, perto da cidade síria de Latakia.
A bordo seguiam militares, nove jornalistas russos e 64 membros do Ensemble Alexandrov, coro e grupo de dança do exército russo, que ia participar nas festividades de Ano Novo na base aérea na Síria, um aliado de Moscovo. A bordo também estava uma reconhecida responsável por uma fundação humanitária russa, Elizaveta Glinka.
Um guarda fronteiriço russo que testemunhou a queda do TU-154 explicou, em declarações ao diário Kommersant, que o avião em vez de ganhar altura começou a descer rapidamente em direção ao Mar Negro. Segundo a mesma testemunha, a posição do aparelho parecia estranha mesmo que se tratasse de uma manobra de aterragem e comparou a posição do avião a uma moto elevada sobre as rodas traseiras.
O Ministério da Defesa russo divulgou, esta terça-feira, que a principal caixa negra do avião militar tinha sido encontrada.
A principal caixa negra foi encontrada às 05h42 hora de Moscovo (02h42 em Lisboa), a 1.600 metros da costa, a uma profundidade de 17 metros”, informou o ministério, citado pelas agências russas.
Até esta terça de manhã, segundo a Interfax, tinham sido recuperados 13 cadáveres e cerca de 160 fragmentos de corpos.