As autoridades do Luxemburgo comprometeram-se a manter a oferta do ensino de português até desenvolverem uma “alternativa sólida” ao modelo atual, anunciou o Governo português, depois de uma autarquia luxemburguesa ter decidido terminar com a oferta de ensino integrado.

A decisão unilateral da autarquia luxemburguesa de Esch sur-Alzette, afetando 500 crianças, levou o ministro dos Negócios Estrangeiros português a reconhecer, em janeiro, a existência de “um problema” com o Luxemburgo.

Esta terça-feira, questionado se houve desenvolvimentos neste processo, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, adiantou que foi alcançado “um entendimento de que não pode haver um processo de reforma do ensino do português no Luxemburgo sem haver uma alternativa sólida que garanta aos portugueses que ali vivem uma oferta de língua portuguesa nos termos que têm vindo a tê-la”.

Essa garantia já foi transmitida ao Governo português pelo Ministério da Educação luxemburguês, disse o secretário de Estado.

Perante a decisão da autarquia de Esch sur-Alzette de avançar com a extinção da oferta do ensino integrado, sem que estivesse garantida uma alternativa, as autoridades portuguesas defenderam que “não é desejável avançar com uma transição acelerada de metodologia no processo de aprendizagem e de oferta de língua portuguesa sem estar consolidada uma alternativa que possa avançar, eventualmente com um caráter piloto para avaliar os seus resultados e, se forem positivos, poder avançar para o modelo alternativo”.

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Até lá, “continuam todos a ter o ensino da língua portuguesa tal e qual tinham”, garantiu.

José Luís Carneiro reconheceu que há necessidade de alterar o ensino de português no Luxemburgo, onde “há de facto um problema na integração e na aprendizagem das crianças portuguesas na língua portuguesa”, pelo que desde 2012 tem sido desenvolvido um processo de qualificação do ensino e aprendizagem.

Atualmente há 2.800 crianças a aprender português no Luxemburgo — 1.600 em cursos paralelos, 1.200 em ensino integrado.