A contratação de Emmanuel Amunike, em 1994, dava um filme. Houve ameaças com facas entre dirigentes do clube egípcio onde jogava (Zamalek), proibição de sair da casa que tinha arrendada por rendas em atraso, uma guerra quase cómica no aeroporto com dirigentes do Duisburgo e do Sporting a puxarem o jogador cada um pelo seu braço. A FIFA teve de intervir e o extremo esquerdo nigeriano (hoje selecionador Sub-17, por sinal com sucesso) lá acabou por vir para Portugal, juntando-se a uma equipa que tinha Figo, Balakov, Sá Pinto, Capucho, Juskowiak, Iordanov ou Cadete, entre outros. A meio da época 1994/95, em janeiro, representou a seleção africana na Taça das Confederações, que na altura ainda se chamava Taça do Rei Fahd, na Arábia Saudita.

Esteve no melhor e no pior. No melhor porque, logo aos quatro minutos do primeiro encontro da Nigéria, frente ao Japão (3-0), marcou e tornou-se o primeiro jogador a alinhar na Primeira Liga portuguesa a deixar marca na prova que conta este ano com Portugal, enquanto campeão europeu. No pior porque, no encontro de atribuição do terceiro lugar, falhou a grande penalidade decisiva no desempate frente ao México (1-1, 4-5 g.p.). Mas nem isso impediu que fosse contratado pelo Barcelona em 1996, onde nunca vingou pelos repetidos problemas num joelho que o retiram demasiado tempo dos relvados.

Seria preciso esperar até 2013 para termos outro jogador do Campeonato português a marcar na Taça das Confederações. E do Sp. Braga: Elderson. O lateral marcou o último golo da Nigéria frente ao Taiti, numa goleada por 6-1. A equipa africana acabaria por ficar pelo caminho, depois de perder ainda na fase de grupos contra Uruguai (2-1) e Espanha (3-0). O defesa acabaria por sair em 2014 para o Mónaco (apesar de ter sido um nome ventilado para os três ‘grandes’), por 1,5 milhões de euros. Na última época, esteve cedido ao Sp. Gijón.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Agora, Raúl Jiménez tornou-se o primeiro jogador do Benfica, e terceiro a alinhar na Primeira Liga, a marcar na Taça das Confederações. O avançado mexicano, que terminou a época em alta nos encarnados com golos decisivos no Campeonato e na Taça de Portugal (onde celebrou com a célebre máscara do lutador de luta livre americano Sin Cara), restabeleceu o empate no segundo tempo, antes da reviravolta consumada por Peralta.

Aos 26 anos, a contratação mais cara de sempre das águias (e do futebol português) continua a dar cartas depois de uma passagem menos conseguida pelo Atl. Madrid, onde apontou apenas um golo em 2014/15. Mas o destaque dos jogadores que atuam na Primeira Liga pode não ficar por aqui, pois também estão na Rússia Laýun e Herrera (ambos do FC Porto), além dos dez jogadores escolhidos por Fernando Santos: Rui Patrício, Beto , William Carvalho, Adrien Silva, Gelson Martins (Sporting), Nélson Semedo, Eliseu, Pizzi (Benfica), José Sá e Danilo (FC Porto).