Quatro meses: este foi o tempo que passou entre a proposta do governador do banco central para passar Rui de Carvalho de diretor a administrador e a decisão de o afastar desse cargo. Uma decisão que, avança o Jornal de Negócios, tomada por Carlos Costa quando teve conhecimento de que um funcionário do Departamento de Mercados e Gestão de Reservas (DMR) a cargo daquele diretor estaria a ser investigado pelo Ministério Público por indícios de utilização de informação privilegiada em 2014 com venda de acções do BES, dois dias antes da resolução do banco.

Na sequência desta informação, o governador não só desistiu da intenção de promover o diretor a administrador como o afastou da liderança do departamento – Rui Carvalho passou assim a trabalhar como consultor do Banco de Portugal. A proposta inicial de Carlos Costa, que defendeu insistentemente o seu nome para a nova equipa de administradores, decorreu durante o agitado processo de nomeação da nova equipa. Um dos pelouros que lhe seria atribuído, conta o mesmo jornal, seria gestão financeira da instituição.

Rui Carvalho é descrito como um alto quadro da entidade de supervisão bancária, com experiência na gestão de operações de mercado e liquidez. Na negociação de nomes com o Governo, o governador acabou por desistir e, em Abril manteve Rui Carvalho como director. E agora, para se poupar a mais embaraços, passou-o a consultor.

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