O construtor alemão Volkswagen tem planos para produzir versões elétricas dos 300 modelos automóveis que compõem o seu portefólio. O anúncio foi feito esta segunda-feira pelo presidente executivo do grupo, Matthias Mueller, durante o salão automóvel de Frankfurt. Esta ambição elétrica do maior fabricante automóvel mundial vai representar um investimento de 20 mil milhões de euros para trazer ao mercado 300 versões elétricas dos seus modelos até 2030.

O gestor anunciou ainda investimentos de 50 mil milhões de euros no desenvolvimento de baterias para carros elétricos.

“Temos uma mensagem que queremos passar. A transformação da nossa indústria é imparável. E nós vamos liderar essa transformação”, afirmou Mueller num discurso aos convidados de um evento da marca alemã em Frankfurt.

Até 2025, a VW tenciona ter 50 modelos totalmente elétricos e 30 híbridos no seu portefólio. A meta é vender três milhões de unidades totalmente elétricas até essa data. O processo vai ganhar ritmo à medida que a produção atinja economias de escala e seja desenvolvida uma infraestrutura mais forte e preparada que permita reduzir os preços a aumentar as vendas.

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Apanhar a onda dos carros elétricos é um passo fundamental para o construtor alemão ultrapassar a crise das fraude nas emissões dos automóveis a diesel, que começou há dois anos nos Estados Unidos, tendo alastrado a todo o mundo. São cada vez mais os países e as cidades a anunciar planos ou intenções de banir os carros a diesel, a prazo. Um dos últimos foi a China, que se junta ao Reino Unido e à França.

Carros a gasóleo e gasolina banidos na China “no futuro próximo”

No caso da China, que é o maior mercado automóvel mundial, as restrições à circulação futura de automóveis não se ficam pelo gasóleo, mas estendem-se à gasolina. O passo dado pelos chineses ira acelerar a transição dos motores de combustão interna para a mobilidade elétrica, consideram analistas citados pela agência Bloomberg.

Com esta estratégia, que aliás está a ser seguida por outras multinacionais do setor, a Volkswagen está também a responder à americana Tesla que vai lançar um modelo totalmente elétrico a um preço mais acessível (de 35 mil dólares). É a tentativa da empresa da Califórnia, que não deixou de apresentar prejuízos, de saltar do nicho de mercado que atualmente ocupa para concorrer com os grandes da indústria automóvel tradicional.

O movimento mundial na direção do carro elétrico aposta ainda numa descida dos custos das baterias elétricas para os automóveis e numa subida da sua autonomia, nos próximos anos.