A distopia está na moda. Talvez porque o mundo em que vivemos não anda nos seus melhores dias; ou então apenas porque somos seres pensantes e gostamos de imaginar como é que as coisas seriam se tudo estivesse virado ao contrário. “The Man in the High Castle” foi um bestseller adaptado a uma série de televisão, “The Handmaid’s Tale” é a série do momento ao ganhar oito Emmys e agora surge outro exemplo: “Blade Runner 2049”. O original de 1982, de Ridley Scott, vai ter uma sequela já em outubro, realizada por Denis Villeneuve.

A premissa é rebuscada: no futuro, através da engenharia genética, é possível criar humanos artificiais – os replicantes – para que se encarreguem de trabalhos mais perigosos nas colónias exteriores à Terra. Ou seja, são escravos. O problema é que estes seres “são mais humanos do que os humanos”, como diz o realizador, e são mais ágeis e mais fortes, mas sem qualquer tipo de empatia e com data de morte marcada. Acabam por se revoltar contra aqueles que os criaram, são declarados ilegais no nosso planeta e é mesmo criada uma força especial da polícia para os apanhar – os Blade Runners.

Harrison Ford, Ryan Gosling, Jared Leto e Ana de Armas integram o elenco e estão em Madrid para a apresentação oficial do filme. Um jornalista do El Español, fazendo um paralelismo com o enredo do filme, perguntou aos atores contra o que é que nós, enquanto cidadãos, nos devíamos revoltar.

Harrison Ford foi peremptório a responder: “Revoltarmo-nos? Temos de nos revoltar contra o de sempre: os maus filmes, a insistência em dividir-nos em grupos comerciais, temos de nos revoltar contra fazer o que nos dizem, contra o deixar de comprar o que pensam que devemos comprar, contra os maus tratos ao ambiente, contra a opressão e a desinformação. Temos de nos revoltar contra toda a merda que nos rodeia”.

“Blade Runner 2049” estreia em Portugal a 5 de outubro.

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