Um construtor de automóveis vive para construir – e vender – os seus veículos, pela que a decisão de parar a produção é uma medida extrema, tomada apenas em último caso. Foi precisamente isso que aconteceu à Nissan, que se viu obrigada a interromper a laboração das suas linhas de produção japonesas.

Em causa estava um problema de qualidade, ou melhor, de falta dela, uma vez que o fabricante detectou falhas graves nas instalações que possui no seu país de origem, tido muitas vezes como exemplar neste domínio, mas que desta vez falhou. Segundo a CNN, a Nissan detectou uma série de técnicos que não asseguravam o necessário desempenho na análise dos veículos produzidos, isto num conjunto de fábricas que produz 1.000 unidades por dia para o mercado local e 1.500 para exportação.

A Nissan admite que foi alertada para o problema pelo Governo japonês a 18 de Setembro e que, apesar de ter tomado as medidas que pensava serem as necessárias, acabou por verificar que ficaram aquém dos objectivos. A solução passou por parar por completo a produção, substituir os técnicos indevidamente qualificados que asseguravam o controlo de qualidade e voltar a passar à lupa os veículos entretanto produzidos.

A Nissan espera analisar 34.000 veículos produzidos entre 20 de Setembro e 18 de Outubro, 4.000 dos quais já foram entregues a clientes, na esperança de regressar à produção normal dentro de duas semanas. Isto apesar de ter como objectivo realizar um recall de 1,2 milhões de veículos no Japão nos últimos três anos, devido a inspecções duvidosas no final da linha de produção.

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