Uma das caixas de munições encontradas na Chamusca não pertencia à lista inicial do material que desapareceu dos paióis de Tancos. A informação foi confirmada em conferência de imprensa do chefe de Estado-Maior General do Exército, o general Rovisco Duarte, que explicou tratar-se de uma caixa de petardos.

A situação é “compreensível”, assumiu o general Rovisco Duarte, porque é comum haver “problemas de registo” do que os militares chamam de “material volante”. Na prática, este material é utilizado na instrução, podendo ter sido registada a sua saída e não ter sido na realidade consumido por várias razões, como por exemplo atmosféricas, regressando ao paiol.

“Se chove, a instrução pode ser interrompida e os rebentamentos podem não ser executados. É material volante que saiu, uma caixa, não é tanto assim”, disse Rovisco Duarte, ressalvando que o Exército tem prestado toda a colaboração com os órgãos de polícia que estão a investigar o caso.

As declarações foram proferidas numa conferência de imprensa, em que foi anunciado o final do chamado “Plano Tróia”, a operação que foi lançada para retirar todo o material militar que estava em Tancos.

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Rovisco Duarte confirmou que o material recuperado na Chamusca “se encontra armazenado nas instalações de Santa Margarida, exceto as munições de 9 milímetros”, ainda por recuperar.

Depois do desaparecimento do material, a Polícia Judiciária Militar encontrou na zona da Chamusca, graças a uma denúncia anónima, o material que tinha desaparecido. Pequenas incongruências entre a lista feita após o desaparecimento e o material encontrado não são surpreendentes, explicou o Chefe de Estado-Maior General do Exército, já que este tipo de material é usado para a instrução e, por vezes, há um atraso nos registos entre o momento em que o material é levantado e o que é devolvido.

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