790kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

"Podia estar sob escuta, mas entendi que era dos angolanos e não dos portugueses", diz Armindo Pires

Este artigo tem mais de 5 anos

O representante de Manuel Vicente em Portugal, Armindo Pires, explicou que só conheceu o advogado Paulo Blanco em novembro de 2011 e que nunca tinha ouvido falar do procurador Orlando Figueira.

O engenheiro Armindo Pires e a advogada Filipa Júnior
i

O engenheiro Armindo Pires e a advogada Filipa Júnior

JOÃO SEGURO/OBSERVADOR

O engenheiro Armindo Pires e a advogada Filipa Júnior

JOÃO SEGURO/OBSERVADOR

O empresário que representa o ex-vice-Presidente angolano, Manuel Vicente, e que está a ser julgado por corrupção de um procurador do Ministério Público (MP), garantiu esta segunda-feira que nunca tinha ouvido falar de Orlando Figueira e que só conheceu o advogado Paulo Blanco em novembro de 2011. Armindo Pires, o único arguido que ainda não tinha prestado declarações, acusou o MP de “aproveitamento indigno” da amizade que mantém com Vicente.

O empresário de 74 anos, que ainda não tinha prestado declarações por motivos de saúde, explicou que o advogado Paulo Blanco lhe foi recomendado pelo então administrador do Banco Privado Atlântico Europa (BPAE), André Navarro, e que o primeiro encontro com ele aconteceu nos últimos dias de novembro de 2011. Armindo Pires contratou os serviços jurídicos de Blanco em nome de Manuel Vicente — o qual representava fiscalmente em Portugal já desde 2007 — por causa da aquisição de um apartamento no Estoril Sol, aquisição esta que motivou um processo-crime por suspeita de branqueamento de capitais.

Mostrar Esconder

As frases do dia

“O Paulo Blanco recomendou-me que tivesse cuidado porque podia estar sob escuta. Eu entendi que fossem os angolanos, não os portugueses”, disse Armindo Pires.

“O Ministério Público fez um aproveitamento indigno da minha amizade com o engenheiro Manuel Vicente”, disse Armindo Pires.

“Nunca tinha ouvido falar de Orlando Figueira”, garantiu Armindo Pires.

Decisões importantes

A defesa de Armindo Pires e de Manuel Vicente, Rui Patrício, entregou mais um requerimento a pedir a audição presencial de mais duas testemunhas: Manuel António Costa, que foi administrador da Primagest,  e Agostinho Afonso, beneficiário final da Primagest. O tribunal ainda não deliberou.

Quem foi ouvido

Vítor Carneiro, administrador da Coba.

Quando é a próxima sessão

Terça-feira, 27 de fevereiro.

O MP acusa-o de, juntamente com o advogado Paulo Blanco e em representação de Manuel Vicente, ter corrompido Orlando Figueira, pagando-lhe 260 mil euros para arquivar os processos que tinha em mãos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). Nestes processos, Vicente era suspeito de branqueamento de capitais.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A procuradora Leonor Machado perguntou-lhe, então, porque é que num mail que enviou a Manuel Vicente referia que Blanco tinha sido indicado pelo banqueiro Carlos Silva. “Porque creio que Manuel Vicente não conhecia André Navarro e assim saberia  ter sido indicado pelo BPAE”, garantindo que foi Navarro quem lhe deu referências do advogado, que à data representava o estado angolano em vários processos. Armindo Pires, que conhece Manuel Vicente há mais de 30 anos, garante que Manuel Vicente e Carlos Silva não mantêm relações de amizade ou profissionais. O engenheiro afirmou também desconhecer o procurador Orlando Figueira. “Nunca tinha ouvido falar dele, só depois do processo”, garantiu durante a tarde. De manhã, o representante de Manuel Vicente acusou o MP de ter feito um “aproveitamento indigno”  da sua “amizade com o engenheiro Manuel Vicente”.

Armindo Pires explicou que raramente resolvia assuntos por telefone, por causa do seu “problema de audição”, embora Paulo Blanco o tivesse avisado para ter cuidado nas comunicações porque podia estar sob escuta. “O Paulo Blanco recomendou-me que tivesse cuidado porque podia estar sob escuta. Eu entendi que fossem os angolanos, não os portugueses”, disse

— E mails é muito moderno para a nossa idade?, ironizou a procuradora.

— Não, mandava alguns mails, respondeu Armindo Pires.

Um desses mails mostram uma reunião que teve no Millennium BCP, com André Navarro (que antes era do BAPE). E o juiz presidente, Alfredo Costa, aproveitou para perguntar-lhe se, como acusa o MP, essa reunião serviu para “contratar” Orlando Figueira. “Não. A minha agência de viagens vendia mais de um milhão de euros em viagens por ano ao Millennium. A reunião foi para tratar disso. E nessa altura já Orlando Figueira lá trabalhava. E eu não sabia”, disse o empresário.

O empresário explicou que é amigo de Manuel Vicente e que este o vê como alguém bem relacionado em Portugal para os seus negócios. Aliás, acabou por comprar-lhe o apartamento no Estoril Sol por 4,3 milhões e vai agora vendê-lo por 5,2 milhões. “Depois destes processos, o Manuel Vicente disse-me que não queria ter mais bens em Portugal”, disse.

Assine por 19,74€

Não é só para chegar ao fim deste artigo:

  • Leitura sem limites, em qualquer dispositivo
  • Menos publicidade
  • Desconto na Academia Observador
  • Desconto na revista best-of
  • Newsletter exclusiva
  • Conversas com jornalistas exclusivas
  • Oferta de artigos
  • Participação nos comentários

Apoie agora o jornalismo independente

Ver planos

Oferta limitada

Apoio ao cliente | Já é assinante? Faça logout e inicie sessão na conta com a qual tem uma assinatura

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.

Assine por 19,74€

Apoie o jornalismo independente

Assinar agora