Julian Assange, o responsável máximo da Wikileaks que vive exilado há quase seis anos na embaixada do Equador em Londres, foi inibido de comunicar com o mundo exterior na passada quarta-feira, 28 de março. Segundo notícia avançada pela Vice News, a representação diplomática sul-americana terá cortado o seu acesso à internet por causa de comentários expressados pelo australiano via redes sociais.

“O Governo do Equador suspendeu todos os sistemas que permitem a Julian Assange comunicar para fora da Embaixada Equatoriana em Londres”, lê-se numa declaração oficial.

As autoridades equatorianas decidiram avançar com esta medida depois de Assange ter quebrado um acordo escrito assinado no final de 2017. Nele, Assange prometia não revelar “qualquer mensagem que pudesse interferir com assuntos de outros países”.

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A declaração que anuncia o “isolamento digital” de Assange também revela que as suas ações recentes “põem em risco as boas relações que o país tem com o Reino Unido, outros países da UE e não só.”

As ações que supostamente “puseram em risco” as relações diplomáticas do Equador não são especificadas, mas especula-se que esta decisão poderá ter surgido depois de Assange ter tweetado sobre a detenção de Carles Puigdemont na Alemanha.

Contudo, a WikiLeaks afirmou esta quinta-feira que a proibição que foi imposta a Assange terá a ver com um outro tweet que terá partilhado, onde fala sobre supostas interações entre uma equipa de hackers italianos e o SENAIN, a secreta equatoriana.

Esta decisão prontamente despertou alguns dos maiores apoiantes de Assange. O realizador Oliver Stone, por exemplo, utilizou a sua conta no Twitter para partilhar a mensagem: “Urgente. Libertem o Assange! Devolvam-lhe o acesso à internet.” O jornalista Glenn Greenwald também expressou o seu apoio, afirmando que esta decisão “faz troça do estatuto de exilado” e que mostra um Equador “subserviente ao Ocidente”.